O exemplo mais flamejante disso é o conflito no leste europeu, porque os membros deste grupo da elite económica global, ou não se querem comprometer com uma posição, ou já a assumiram e quando se juntam, saltam faíscas.

É por isso que a cimeira dos seus ministros dos Negócios Estrangeiros, que hoje termina em Nova Deli, Índia, corre o risco de ficar na História como o "canto do cisne" dos vinte mais poderosos enquanto organização.

Entre os países do G20 estão, por exemplo, Estados Unidos e a Federação Russa, que são, mesmo que sob perspectivas discutíveis, os dois principais contendores no chão ucraniano onde se trava a mais violenta guerra na Europa desde a II Guerra Mundial, depois da invasão russa a 24 de Fevereiro de 2022.

Mas também ali estão a China, um aliado sem limites dos russos, a Índia, que não admite sequer ser alvo de pressões para reduzir as suas ligações a Moscovo, ou a África do Sul, para quem a amizade com a Rússia não é questionável.

Do outro lado da barricada, França, a Alemanha ou o Reino Unido, além da União Europeia, representada pelou espanhol Joseph Borrell, um "falcão de guerra" que defende que o ocidente deve fazer tudo ao seu alcance para garantir uma "derrota total dos russos no campo de batalha ucraniano", que já tornaram pública a sua empenhada participação ao lado da Ucrânia para levar Moscovo até ao limite das suas capacidades militares obrigando o Kremlin a sair humilhado desta guerra.

Com este cenário em pano de fundo, alguns analistas questionam-se como será o ambiente na sala quando estiverem todos sentados à volta da mesa, incluindo o ministro russo Sergei Lavrov, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, o chines Qin Gang, que não admite pressões sobre a "parceria ilimitada" da China com a Rússia.

E ainda a alemã Annalena Baerbock, que já admitiu que a União Europeia está em guerra com a Rússia, ou a sul-africana Naledi Pandor, que já disse que o seu país tem com Moscovo uma amizade histórica forte e intocável, ou mesmo o anfitrião Subrahmanyam Jaishankar, que tem repelido todos os "apertos" do ocidente para que a Índia abandone as suas históricas ligações com a Rússia...

Mesmo que o G20 tenha sido criado há mais de 20 anos para servir de "think thank" sobre as alterações climáticas, as crises económicas ou, entre outros temas globais, como desenvolvimento sustentado, a verdade tem sido outra.

Este grupo tem servido de arena para disputas entre as maiores potências mundiais económicas e militares, tendo nas últimas reuniões sido literalmente tomado de assalto por tentativas de pressão mediática ocidental para expulsar os russos do seu seio para corresponder a um pedido nesse sentido do Presidente ucraniano, Voloddymyr Zelensky, como foi visível no encontro de topo na Indonésia, em Dezembro último.

Este encontro em Nova Deli, os ministros dos Negócios Estrangeiros, ou equivalente, dos 20 mais poderosos do mundo, que começou com rondas de encontros informais na quarta-feira e termina esta quinta-feira, 02 de Março, já estava condenado ao fracasso como G20 mas sem limites para o sucesso como plataforma de geração de surpresas possíveis.

Isto, porque o primeiro dia de trabalhos avulso foi rico em encontros, como os de Lavrov e Subrahmanyam Jaishankar, ou Lavrov e o seu homólogo turco, Mevlüt Çavusoglu, sendo que o norte-americano Blinken também se desdobrou em encontros.

Os cereais podem salvar este encontro de um falhanço total

E se deste encontro não vai sair, garantidamente, uma solução para a guerra na Ucrânia, que é o elefante na sala, o G20 pode salvar a face se conseguir mexer as peças do xadrez no sentido de criar condições para que o acordo dos cereais do Mar Negro, assinado em 2022, e que termina agora neste mês de Março, possa ser prolongado.

Para isso, como os russos fazem questão, os pressupostos para a sua assinatura em Julho do ano passado, devem ser revistos, porque existem dúvidas se foram cumpridos os objectivos que, em síntese, foram aqueles que servirem para alimentar uma intensa e longa campanha de propaganda anti-russa no sentido de ser preciso abrir um corredor marítimo no Mar Negro para que os cereais ucranianos pudessem chegar a milhões de africanos à beira da fome severa desde que a frota russa bloqueou esta saída com o início do conflito.

Nesta campanha, que acabou por ter sucesso, teve uma participação fundamental o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, que usou o cargo para clamar por uma abertura da Rússia em nome de milhões de africanos quase a morrer à fome no Corno de África e África Oriental.

O Presidente russo, Vladimir Putin, cedeu a este apelo, mas rapidamente lançou suspeitas sobre o destino final dos cereais ucranianos que começaram a fluir pelo Mar Negro, porque, em Novembro ameaçou sair do acordo porque, dos mais de 80 navios carregados de cereais que passaram pelo Estreito de Istambul, na Turquia, onde estas embarcações são vistoriadas para impedir o uso abusivo deste meio de transporte, apenas dois tiveram como destino final África e, ainda assim, fretados pelas Nações Unidas.

O que Moscovo afirmava era que mais de 90 por cento dos cereais estavam a ser dirigidos para países ricos, especialmente a Coreia do Sul, o Japão ou a União Europeia e a Turquia. Mas Putin voltou a aceitar o prolongamento do acordo por 120 dias, que agora termina, em meados de Março.

Só que, como o Novo Jornal noticiou, a verdade é que os cereais ucranianos continuaram a não ter como destino os países mais pobres, onde, efectivamente, centenas de milhares de pessoas estão à beira da fome severa, como o Sudão, a Somália, a Eritreia, ou, no Médio Oriente, o Iémen, entre outros...

Uma das maiores parcelas destas cargas de grãos ucranianos, especialmente milho e trigo, estão a ser adquiridos pelos produtores de carne suína espanhóis, acabando as centenas de milhares de toneladas a acabar na barriga dos porcos de Espanha, como noticiou, com estrondo, em Janeiro, o jornal austríaco, eXXpress.

Além desta bizarria, Moscovo acusa ainda os países ocidentais de manterem activas dificuldades artificiais para impedir que os cereais e os fertilizantes russos possam ser comercializados nos mercados internacionais devido às sanções ocidentais, que não impedem a circulação dos grãos russos mas obstaculizam o acesso aos seguros para os navios que os transportam, embora seja igualmente verdade, como o confiram organismos internacionais, a Rússia aumentou de forma significativa a exportação de alimentos devido a este acordo.

Para já, ficou claro, apesar de isso não ter sido noticiado, ou foi-o pouco, nos media ocidentais, o continente africano foi claramente usado pelos países ocidentais e pela ONU para pressionar os russos a abrirem a rota marítima do Mar Negro para os cereais ucranianos.

Jornalista norte-americano da NBC entra na lista negra dos ucranianos "para abater"

Um grupo ucraniano, com ligações ao regime de Zelensky, denominado "Mirotvorets", criado logo em 2014, ano do golpe de Estado que tirou do poder um Presidente pró-russo, Yanukovich, eleito em 2010, , compila centenas de nomes de indivíduos e organismos considerados inimigos dos interesses de Kiev, e ganhou notoriedade como a lista de nomes para "abater".

Agora, pela primeira vez, entrou nesta lista o nome de um jornalista britânico, Keir Simmons, correspondente da norte-americana NBC, um dos canais de TV mais respeitados nos EUA, que agora Kiev considera pró-russo, porque, enquanto correspondente em Moscovo, viajou para a Península da Crimeia, de onde fez um despacho para o seu canal.

Esta entrada directa de Simmons na "kill list" deve-se ao facto, para os gestores do "Mirotvorets", de a NBC estar a emitir trabalhos jornalísticos do seu correspondente em Moscovo da Crimeia, que Kiev considera território ucraniano ilegalmente anexado pela Federação Russa, em 2014, tendo este dito, num desses despachos, que as pessoas com quem falou na rua são maioritariamente pró-russas.

Esta deslocação de Keir Simmons à Crimeira mereceu anda o reparo do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, que, através do seu porta-voz, citado pelo site russo Russia Today, disse que esta visita a um "território temporariamente ocupado" é uma "violação da legislação ucraniana", o que sujeita o infractor à punição de expulsão de todo o território ucraniano.

Mas o "Mirotvorets" vai mais longe e acusa Simmons de ter "violado a soberania ucraniana" e de participar na "propaganda russa" que visa "legalizar a ocupação", tendo como pressuposto que o jornalista britânico ao serviço do canal norte-americano afirmou que tinha dúvidas de que fosse possível, pelo que viu na Península, alguma vez Kiev retomar a Crimeia.

Entre os mais notáveis integrantes da "kill list" desta organização radical ucraniana com ligações ao Ministério do Interior, segundo algumas fontes,que são dezenas de milhares, desde jornalistas a activistas dos direitos humanos, muitos deles já assassinados estão, entre outros, o Presidente da Croácia, Zoran Milanovic, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Urban, o diplomata reformado norte-americano Henry Kissinger, ou a estrela rock mundial, Roger Waters, fundador da banda britânica Pink Floyd.

O limite da paciência americana

Com a guerra na Ucrânia a atingir o ponto de saturação no ocidente, não porque a crise económica que surgiu dos seus estilhaços, como a inflação histórica e a recessão já sentida nalguns gigantes, como a Alemanha, e a Suécia, e quase a atingir os EUA, e com a perda da maioria dos Democratas do Presidente Joe Biden na Câmara dos Representantes, nas eleições intercalares de Novembro do ano passado, está cada vez mais difícil manter o fluxo de armas e dinheiro para o regime de Kiev.

E, segundo notícias dos media ocidentais, como os norte-americanos Washington Post e New York Times, começam a ser impostos prazos-limite para que a Administração Biden resolva o imbróglio ucraniano, sob ameaça de novas remessas e financiamentos virem a ser travados pela maioria Republicana na Câmara dos Representantes, a câmara baixa do Congresso dos EUA.

Face a este delicado momento, segundo avançou esta quarta-feira a imprensa internacional, esta em cima da mesa da Casa Branca a possibilidade de, a partir do Verão, Kiev vir a ser obrigado a pagar pelo menos uma parte das armas que lhe são fornecidas pelos Estados Unidos, por imposição dos Republicanos, de Donald Trump, quando, e muito por causa disso, se aproximam as eleições Presidenciais de 2024, às quais o Presidente Joe Biden já disse que vai disputar...

Ora, perante este quadro complexo, os EUA já impuseram ao regime de Volodymyr Zelensky o final do Verão como prazo para conseguir reconquistar territórios que caíram para o lado russo neste último ano, cerca de 20% do território ucraniano, aproveitando um fluxo aumentado de armas, incluindo carros de combate pesados alemães, os Leopard-2, e novas unidades de artilharia de longo alcance norte-americanas.

Depois, segundo a imprensa norte-americana, como o Politico, especializado na cobertura política nos EUA, e europeia, com destaque para alguns media menos alinhados com a narrativa da NATO, Kiev vai ser obrigada a negociar com Moscovo os termos de um cessar-fogo e posterior acordo de paz, porque o restante tempo vai ser fundamental para que os Democratas possam reverter os maus resultados nas sondagens, que nalgumas situações, têm como justificação um aumento das opiniões antiguerra entre os eleitores. Devido à influência desta na economia nacional

Mas também na Europa ocidental as coisas começam a ficar difíceis para Kiev, porque, além de se multiplicarem as manifestações populares contra o envio de mais armas para a guerra, como na Alemanha, onde mais de 100 mil pessoas se juntaram com esse propósito em Berlim, na semana passada, mas também em França, na Polónia, especialmente nos estádios de futebol, ou na República Checa.

E a pressão sobre os dirigentes europeus é já importante, especialmente naqueles com eleições à porta, como na Bulgária, onde a crise económica fez cair o governo e as sondagens apontam para a vitória de forças mais próximas de Moscovo devido ao cansaço com este conflito que ameaça eternizar-se.

Isto, apesar da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, um "falcão" de guerra que mantém como objectivo levar a uma "derrota da Rússia no campo de batalha", o mesmo pensamento de Joseph Borrell, o chefe da diplomacia da União Europeia.

Embora estas posições radicais e por muitos consideradas insensatas, porque contrariam a postura de busca por soluções pacíficas que fez história na União Europeia desde a sua fundação, estejam a gerar já um incómodo difícil de esconder pelas lideranças nacionais, como o alemão Olaf Scholz, a quem esta guerra impediu de mostrar ao mundo que não é mais que uma figura vulgar que acedeu ao poder, ficando na sombra da aura alcançada pela sua antecessora, Angela Merkel, ou o francês Emmanuel Macron, com uma complexa situação interna, crise social e económica, que o conflito no leste europeu está a obstaculizar solucionar.

A batalha da diplomacia

Com a frente de batalha a aquecer, a diplomacia das grandes potências não parece estar menos a ferver.

Nas últimas horas, ficou em evidência uma forte ofensiva norte-americana anti-China, com o seu Secretário de Estado, Antony Blinken, a viajar para a Ásia Central, para se encontrar com os lideres de cinco antigas repúblicas soviéticas, incluindo o Cazaquistão, onde procurou encontrar uma plataforma regional anti-Rússia e anti-China, mas, ao que se percebe peos media internacionais, não correu de feição, devido, por um lado às fortes ligações a Pequim e aos seus projectos de expansão para ocidente, via o seu mega-projecto Nova Rota da Seda (Belt and Road Initiative), e por causa das ainda viçosas interdependências com Moscovo.

Mas os EUA foram ainda mais longe e, com uma tempestade de notícias veiculadas pelos media ocidentais, claramente alinhados contra os interesses russos e chineses, ameaçando Pequim de fortes represálias se iniciar um fornecimento de armas aos russos, tendo mesmo a Casa Branca exigido à China que diga de que lado está na guerra da Ucrânia.

Isto é um passo relevante porque Washington sabe que Pequim e Moscovo têm em curso uma parceria por ambos os lados considerada "ilimitada" e crescente, embora os chineses mantenham como posição oficial a defesa das negociações, tendo mesmo avançado com uma proposta que mereceu o interesse de Kiev e a análise cuidada do Kremlin.

Por outro lado, e depois de o Presidente Xi Jinping ter anunciado, através do seu Ministério dos Negócios Estrangeiros, que irá visitar a Federação Russa nas próximas semanas, o mais importante aliado de Moscovo na fregião, o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, viajou para a China, numa visita de Estado, com um já considerado histórico encontro com o líder chinês.

Estas movimentações diplomáticas ao mais alto nível, que se seguem à visita igualmente histórica do Presidente Joe Biden a Kiev, na semana passada, são a antecâmara para uma nova fase neste conflito, que, ao contrário da narrativa ocidental, não começou a 24 de Fevereiro de 2022, mas sim em 2014, com um golpe de Estado em Kiev, onde o Presidente Viktor Yanukovych, pró-russo, eleito em 2010, foi deposto por uma revolução apoiada pelos EUA, seguindo-se a autoproclamada independência das províncias do Donbass, russófilas e russófonas, e a anexação da Crimeia pela Rússia.

Já esta quarta-feira, em Nova Deli, Índia, na reunião do G20, os vinte países mais ricos do mundo, o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, tem mantido encontros bilaterais com homólogos, como o indiano, esperando-se ainda que se encontre com os ministros dos Negócios Estrangeiros da China, do Brasil e da África do Sul, Indonésia... entre outros.

Nesta nova fase, sobressai nitidamente um esforço para que seja possível dar este conflito por terminado. "

Mas alguns analistas dizem que tal será difícil, porque existem interesses inconfessos que pugnam pela sua continuidade pelo facto de isso ser do seu interesse... ou porque fragiliza a Rússia - interesse dos EUA admitido oficialmente - ou porque esta guerra está a expor fragilidades da NATO e o leste ucraniano tem sido um campo de transformação de armamento sofisticado e caro em sucata, o que beneficia o comércio de armamento, ou ainda porque, e isso seria do interesse da Rússia, um colapso das capacidades de defesa da Ucrânia levaria a que Moscovo visse a sua vida facilitada ao ter de negociar com um regime enfraquecido em Kiev e não forte, com ainda será se o conflito acabar em breve.

Contexto da guerra na Ucrânia

A 24 de Fevereiro de 2022 as forças russas iniciaram a invasão da Ucrânia por vários pontos, tendo o Presidente russo dito que se tratava de uma "operação militar especial", sublinhando que o objectivo não era (é) a ocupação do país vizinho, condição que evoluiu depois para a anexação de territórios no Donbass mas também as regiões de Kherson e Zaporijia, mas sim a sua desmilitarização e desnazificação e assegurar que Kiev não insiste na adesão à NATO, o que Moscovo considera parte das suas garantias vitais de segurança nacional.

O Kremlin critica há vários anos fortemente o avanço da NATO para junto das suas fronteiras, agregando os antigos membros do Pacto de Varsóvia, organização que também colapsou com a extinção da URSS, em 1991.

Moscovo visa ainda garantir o reconhecimento de Kiev da soberania russa da Península da Crimeia, invadida e integrada na Rússia, depois de um referendo, em 2014, e ainda a independência das duas repúblicas do Donbass, a de Donetsk e de Lugansk, de maioria russófila, que o Kremlin já reconheceu em Fevereiro, tendo acrescido a esta reivindicação as províncias de Kherson e Zaporijia, depois da realização de referendos que a comunidade internacional, quase em uníssono, não reconhece.

Do lado ucraniano, a visão é totalmente distinta e Putin é acusado de estar a querer reintegrar a Ucrânia na Rússia como forma de reconstruir o "império soviético", que se desmoronou em 1991, com o colapso da União Soviética.

Kiev insiste que a Ucrânia é una e indivisível e que não haverá cedências territoriais como forma de acordar a paz com Moscovo, sendo, para o Presidente Volodymyr Zelensky, essencial o continuado apoio militar da NATO para expulsar as forças invasoras.

A organização militar da Aliança Atlântica está a ser, entretanto, acusada por Moscovo de estar a desenrolar uma guerra com a Rússia por procuração passada ao Exército ucraniano, o que eleva, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, o risco de se avançar para a III Guerra Mundial, com um confronto directo entre a Federação Russa e a NATO, que tanto o Presidente dos EUA, Joe Biden, como o Presidente Vladimir Putin, da Rússia, já admitiram que se isso acontecer é inevitável o recurso ao devastador arsenal nuclear dos dois lados desta barricada que levaria ao colapso da humanidade tal como a conhecemos.

Esta guerra na Ucrânia contou com a condenação generalizada da comunidade internacional, tendo a União Europeia e a NATO assumido a linha da frente da contestação à "operação especial" de Putin, que se materializou através de bombardeamentos das principais cidades, por meio de ataques aéreos, lançamento de misseis de cruzeiro e artilharia pesada, e com volumosas colunas militares a cercarem os grandes centros urbanos do país, mas que agora está concentrada no leste e sudeste da Ucrânia.

Na reacção, além da resistência ucraniana, Moscovo contou com o maior pacote de sanções aplicadas a um país, que está a causar danos avultados à sua economia, sendo disso exemplo a queda da sua moeda nacional, o rublo, que chegou a ser superior a 60%, embora já tenha, entretanto, recuperado.

Estas sanções, que já levaram as grandes marcas mundiais a deixar a Rússia, como as 850 lojas da McDonalds, a mais simbólica, abrangem ainda os seus desportistas, artistas, homens de negócios, a banca e grande parte das suas exportações, incluindo o sector energético, do gás natural e em parte do petróleo...

Milhares de mortos e feridos e mais de 9,5 milhões de refugiados internos e nos países vizinhos da Ucrânia são a parte visível deste desastre humanitário.

O histórico recente desta crise no leste europeu pode ser revisitado nos links colocados em baixo, nesta página.