Os números são simples de perceber, a Espanha é o segundo maior destino dos cereais que voltaram a ser exportados pela Ucrânia depois de a frota naval russa, com o início da guerra, ter fechado as rotas do Mar Negro, logo atrás da China e à frente da Turquia, com estes três destinos a absorverem quase 50% dos grãos enviados para o exterior pelos ucranianos, embora a Espanha seja um dos maiores produtores de cereais da Europa (4º) e com volumes suficientes para alimentar os seus mais de 40 milhões de habitantes e ainda exportar uma substancial quantidade da sua produção.

Mas, agora, a publicação austríaca, eXXpress, divulgou uma investigação onde diz que o trigo que saiu da Ucrânia através de um acordo multilateral entre ONU, Turquia, Ucrânia e Rússia, depois de o mundo ter sido inundado por uma campanha de grandes proporções, onde o próprio Secretário-Geral da ONU, António Guterres, interveio, suportada pela urgência de alimentar milhões de pessoas em África que, subitamente, deixaram de aceder a esse alimento, afinal, o destino prioritário, nem de perto nem de longe, desses grãos, foi África... e as suas populações famintas, especialmente no Corno de África, Somália, Sudão, Etiópia...

Foi, isso sim, a indústria de produção de carne de porco espanhola, especialmente do seu mundialmente famoso presunto e enchidos diversos, o que permitiu aos produtores destas especialidades aumentar em mais de 100% as exportações para a China, entre outros destinos...

Cerca de metade de todo o trigo e milho exportado pela Ucrânia para a Europa ocidental foi parar a Espanha para alimentação de porcos, segundo esta investigação do austríaco eXXpress, que estima que quase 3 milhões de toneladas de rigo e milho ucraniano acabaram na barriga de porcos espanhóis, sendo ainda relevante que apenas 15% dos cereais exportados a partir da celebração do acordo ONU-Turquia-Ucrânia-Rússia foram parar a países pobres a atravessar crises alimentares.

A publicação austríaca admite mesmo que os cereais ucranianos foram efectivamente para quem pagou mais por eles, sem pestanejar, e para África, como as 165 mil toneladas que foram para a Etiópia, só ali chegaram devido à intervenção directa das Nações Unidas.

Recorde-se que o acordo dos cereais foi assinado em Julho do ano passado depois de uma campanha sem precedentes que pressionou Moscovo no sentido de abrir um corredor no Mar Negro para a saída dos grãos ucranianos que estavam armazenados nos portos do sul do país desde o início da guerra, a 24 de Fevereiro desse ano, para acudir milhões de africanos com fome...

Esse acordo, que permitiu igualmente aos russos exportar os seus cereais, foi possível depois de a Turquia ter criado um posto de controlo dos navios cerealeiros de forma a garantir aos russos que estes não levavam armas para a Ucrânia, o que permitiu a retoma das exportações, embora, logo em Novembro, o Presidente russo, Vladimir Putin, tenha ameaçado cancelar o acordo alegando que os cereais estavam a seguir para países ricos e não para alimentar as populações africanas como estava assente que seria.

Sendo a Ucrânia e a Rússia dos maiores produtores de cereais e fertilizantes do mundo, no rácio entre produção e necessidade interna, porque em bruto são a China, a Índia e os EUA, o bloqueio dos grãos ucranianos estava efectivamente a criar problemas nos mercados internacionais, mas a verdade é que as grandes economias globais, como a Europa ocidental, a China, o Japão e a Coreia do Sul, foram os principais, de longe, destinos da produção ucraniana... Ainda não são conhecidas reacções a esta investigação do eXXpress.

NATO deixa Kiev de mãos a abanar e com o Nord Stream como elefante na sala

A reunião da NATO que esta semana teve lugar em Bruxelas, sede da organização na Europa, foi marcada, como o Novo Jornal também noticiou na quarta-feira, pela desilusão entre ucranianos e os seus mais férreos aliados, como a Polónia, com o afastamento da possibilidade de envio de aviões de guerra ocidentais, F-16, e o semi-cancelamento dos misseis de longo alcance, ATACMS, por parte dos EUA.

Mas, sem que se tenha falado disso na imprensa, como sublinhou o analista militar major general Agostinho Costa, "o ambiente deve ter sido de cortar à faca" na reunião, porque esta teve lugar logo após ter sido divulgada a investigação do jornalista norte-americano, vencedor de um Pulitzer, o mais importante prémio em todo o mundo para jornalistas, Seymour Hersh, onde este confirma que os gasodutos Nord Stream, que ligavam a Rússia à Alemanha, foram destruídos por uma explosão subaquática em 27 de Setembro de 2022, preparada por forças especiais norte-americanas.

Esta confirmação, que já vinha sendo admitida por vários especialistas, especialmente porque tanto o Presidente Joe Biden disse que o faria antes do início da guerra, como a sua sb-secretária de Estado, Victoria Nuland, foi apanhada a informar por mensagem telefónica o seu chefe, Antony Blinken, que o trabalho estava feito, contrasta com a inundação de notícias na imprensa ocidental, logo após as explosões, de que tinha sido a Rússia a destruir a infra-estrutura que lhe custou mais de 10 mil milhões USD e que, para a inutilizar, bastaria fechar a torneira.

Agora, pergunta Agostinho Costa, como terá sido o ambiente na reunião da NATO em Bruxelas, que teve lugar na terça e quarta-feira, onde o chanceler alemão Olaf Scholz, um dos directamente mais atingidos pelas explosões, estava sentado à mesa com o Presidente norte-americano, que ordenou a explosão, ou os seus homólogos norueguês e polaco, que participaram na manobra secreta por detrás do atentado.

Embora nada tenha saído do encontro, alguns media estão a analisar esta situação como potencial foco de instabilidade na organização, porque, se se vier a aceitar oficialmente as alegações do veterano jornalista Seymour Hersh, está em cima da mesa um cenário onde países da NATO atacam directamente os interesses de outro país da organização, no caso a Alemanha, a maior potência económica da Europa ocidental e da União Europeia e um dos maiores fornecedores de equipamento militar a Kiev.

A razão para manter os F-16 em terra...

... é, no entanto, fácil de explicar, como avançou o especialista militar major general Carlos Branco, e que passa por não ser possível enviar esses aviões para a Ucrânia sem lhes permitir usar bases na Polónia ou Roménia, que são países da NATO, como retaguarda.

E com os caças a executar missões na frente de guerra ou na retaguarda russa, e depois reabastecer nas bases dos países da NATO seria o mesmo que uma declaração de guerra da NATO à Federação Russa, por constituir participação directa nas hostilidades, levando o mundo, directamente e sem paragens para reanalisar, para uma devastadora guerra mundial.

Uma guerra mundial entre EUA, e aliados, com a Rússia, como os Presidentes Joe Biden e Vladimir Putin disseram logo em Março de 2022, seria o mesmo que abrir as portas do inferno que é uma confrontação nuclear entre as duas maiores potências globais em arsenais atómicos...

Mas é igualmente verdade que este recuo, pelo menos recuo aparente, da NATO em fornecer aviões de guerra e, também, segundo o site do norte-americano Politico, os misseis de longo-alcance, aparece num momento em que o Kremlin, através do seu porta-voz, Dmitri Peskov, tem vindo a sublinhar que Moscovo já não tem dúvidas de que a NATO é uma "organização hostil" à Rússia.

Peskov, que é visto como a voz mais próxima de Putin no Kremlin, disse mesmo que face à indubitável constatação de que a NATO tem uma postura cada vez mais hostil a Moscovo, com a procura de robustecer a cada dia que passa essa hostilidade, "a Federação Russa vai tomar medidas" face a esse evoluir da situação, de forma a criar garantias contra essa hostilidade da organização militar ocidental.

Washington apanha boleia do Congresso...

... para reduzir a exposição da Administração Biden à fornalha ucraniana onde os EUA estão a queimar recursos financeiros e militares que lhes começam a fazer evidente falta em casa.

E isso é cada vez mais claro na forma como os media norte-americanos, que raramente traçam estes caminhos sem a conivência da Casa Branca ou do Pentagono, começam a divulgar notícias de que a Administração Biden já não tem a impetuosidade marcial que manteve ao longo de 2022, onde o estandarte dizia" "Pela Ucrânia até onde for preciso".

E Joe Biden, para não ficar mal junto do seus aliados europeus, especialmente a Polónia, onde vai estar nos próximos dias, para marcar o 1º anos de guerra, está a aproveitar a perda da maioria na Câmara dos Representantes, a câmara baixa do Congresso, onde os Republicanos, já claramente em pré-campanha para as Presidenciais do próximo ano, se têm posicionado contra a forma ilimitada do apoio dos EUA aos ucranianos.

Como noticiou esta quarta-feira a Associated Press (AP), o apoio dos norte-americanos à política de apoio "até onde for preciso" de Joe Biden, como as sondagens mais recentes o demonstram à evidência, tem estado a decrescer com vigor nas últimas semanas, e isso tem-se reflectido no restante noticiário, onde fontes não identificadas da Administração norte-americana têm -se desdobrado a passar a ideia de que está em curso uma redefinição dessa políticsa em Washington.

"De força privada, elementos próximos de Joe Biden têm dito aos governantes ucranianos que há um limite para a paciência dos congressistas", que estão agora divididos depois de os republicanos terem conquistado a maioria dos Representantes, noticiou ainda a AP.

Alias, os lideres republicanos da Câmara dos Representantes já avisaram a Casa Branca que acabou o temo da aprovação de olhos fechados dos pacotes de ajuda a Kiev, como sucedeu ao longo de 2022.

Ainda segundo a agência AP, que, recorde-se, é, enquanto cooperativa formada por outros media do país para fornecer conteúdos, a mais próxima fonte oficial nos média norte-americanos, uma sondagem recente mostra que 43% dos norte-americanos não confia na capacidade de Biden para gerir o dossier Ucrânia, enquanto apenas 19% confiam e 37% admitem alguma confiança.

Até ao momento, os EUA já aprovaram 113 mil milhões USD em apoio militar, humanitário e económico à Ucrânia, quando internamente lidam com uma das mais graves crises económicas da última década, devido à forte inflação, risco de recessão e degradação das condições sociais de milhões de famílias...

A distracção...

... para ofuscar esta provável nova realidade, com a reunião da NATO, os media estão agora, quase em exclusivo, focados, focados ou na tragédia do sismo na Turquia e na Síria, com o número de mortos a cavalgar para os 50 mil, segundo a ONU, ou nos balões chineses que estão a ser abatidos sobre os Estados Unidos, alegadamente porque, ao contrário do que alega Pequim, serão aeronaves espiãs, com, de repente, dezenas de casos a surgirem sobre os céus do Canadá, de novo nos EUA, mas também no Reino Unido... ou na China...

"Tudo não passa de manobras de distracção fabricadas pelos EUA para tirarem a atenção pública das decisões políticas erradas de Washington", veio agora dizer Edward Snowden, o mais famoso dos denunciadores que quase fez colapsar a NSA, a agência secreta norte-americana de recolha de dados a partir das telecomunicações globais, mostrando ao mundo os métodos ilegais que esta usava (?) para recolher informação...

Esta cortina de fumo que está a ser levantada para desviar as atenções das opiniões públicas levou mesmo o bilionário Elon Musk, o "senhor Tesla/Space X", a dizer que está a decorrer uma caça a OVNI"s, comummente vistos como objectos voadores não-identificados de origem extraterrestre...

"Não, não são alienígenas, era bo que fossem, mas não são extraterrestres... é apenas pánico gerado artificial e propositadamente para desviar a atenção dos media com questões de segurança nacional relacionadas com os balões da treta em vez de problemas sérios na economia norte-americana ou a sua política militar, como a destruição dos gasodutos nord stream, no Mar Báltico".

Sobre esta questão da destruição dos gasodutos nord stream 1 e 2, que ligavam a Rússia à Alemanha e à restante Europa ocidental, a Administração Biden foi agora encostada às cordas com a divulgação de uma investigação feita pelo prestigiado jornalista norte-americano, vencedor de um Pulitzer, Seymour Hersh, que aponta os EUA como tendo colocado as bombas e feito explodir aquela linha vital de fornecimento de gás aos europeus a partir da Rússia.

Apesar de os EUA terem já negado de forma categórica terem estado na génese das explosões que a 26 de Setembro, a corroborar as alegações de Seymour Hersh estão as declarações do próprio Presidente Joe Biden, que em finais de 2021 disse que os EUA tinham os meios para fechar aqueles gasodutos e ainda da sub-Secretária de Estado, Victoria Nuland, que, no dia das explosões, foi apanhada numa gravação a dizer ao seu chefe, Antony Blinken, que o problema já estava resolvido, quando ainda nem sequer tinha sido noticiada a explosão.

Isto, sob um pano de fundo cheio de... ar

O primeiro balão, segundo o porta-voz do Conselho Nacional de Segurança dos EUA, John Kirby, que foi abatido há cerca de 10 dias, era, seguramente de origem chinesa, levando mesmo ao cancelamento da esperada visita oficial de Blinken a Pequim, embora Pequim mantenha até hoje a versão de se trata de um balão meteorológico...

Mas o curioso é que, depois deste primeiro "OVNI", foram divulgadas notícias de vários objectos não-identificados com as mesmas características sobre o Canadá, sobre a América do Sul, no Reino Unido... e mesmo a China veio agora denunciar que detectou um balão espião norte-americano sobre o seu território...

Alguns foram já abatidos por aviões de guerra norte-americanos, sendo que Kirby veio admitir que ainda não se sabe a quem pertenciam três dos "OVNIS" abatidos...

E quando o pânico entre a opinião pública norte-americana começava a inflamar, com os media a alimentar o fogo desse pânico, incluindo com as tiradas bizarras de Elon Musk, de que se trataria de extraterrestres, o Secretário da Defesa (ministro da Defesa) Lloyd Austin, sentiu-se na necessidade de vir a público garantir que estes objectos não constituem uma ameaça para as populações civis nem são uma ameaça militar.

Entretanto, na frente...

... é a Rússia que ganha terreno, que domina as operações de avanço, sendo já bastante claro que as forças de Moscovo deram o tiro de partida para a grande ofensiva que vinha a ser anunciada há semanas, depois de terem chegado ao leste da Ucrânia, especialmente às regiões separatistas - anexadas formalmente pela Rússia em Outubro de 2022 - do Donbass (Donetsk e Lugansk) mais de 350 mil homens mobilizados em Setembro do ano passado, e um volume considerável de novo armamento, incluindo os recentemente modernizados blindados pesados T-90, os helicópteros de ataque, o mais testado Ka-52 e o estreante Mi-28 NM, além de novas peças de artilharia, como os superpesados morteiros de 240 mm, que tem sido apresentado pelos media russos como uma das estrelas da artilharia de Moscovo, ou as dezenas de blindados ligeiros BMPT Terminator.

Este caudal de poder ofensivo russo, com todos os analistas a admitirem que as forças ucranianas, além do desgaste em meios humanos - volumoso e trágico dos dois lados - está a perder quase toda a sua capacidade blindada, bem como a artilharia pesada, como os canhões norte-americanos M777 ou os franceses Caeser, estão quase todos fundidos no campo de batalha, só poderá ser contrabalançado com a chegada de centenas de novas peças de artilharia ocidental e os esperados "tanques" alemães Leopard-2, porque os Made In USA não deverão chegar até ao fim deste ano, além dos foguetes de média distância para uso nos sistemas móveis HIMARS...

Segundo o analista militar major-general Agostinho Costa, esta guerra pode estar a ser jogada com o tempo a servir, como poucas vezes aconteceu na história dos conflitos, como elemento estratégico preponderante, porque, neste momento, devido à superioridade russa, a Ucrânia está a "perder a guerra".

O especialista militar admite que os russos optaram por uma estratégia de atrição, desgastando os meios humanos e equipamento ucraniano, à medida que vão avançando em postos fulcrais, como Bahkmut, no Donetsk, ou, mais a norte, em Lyman, estando a exaurir progressivamente a espinha dorsal da artilharia e dos blindados ucranianos.

Isso mesmo parece ter percebido o Presidente polaco, que, nesta entrevista ao Le Figaro, vem agora admitir que se o novo equipamento ocidental não chegar à Ucrânia em escassas semanas, "tudo estará perdido para Kiev" e para os seus principais aliados.

A resposta de Moscovo chegou pela porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, que foi às redes socias dizer a Andrezj Duda que com ou sem novo material ocidental, a Ucrânia "não poderá mudar o curso inexorável deste conflito".

"Kiev e os seus aliados ocidentais estão condenados à derrota", disse, acrescentando, citada pela Russia Today, que "mais armas para a Ucrânia só vai piorar as coisas para os ucranianos" e que "o arrependimento é a única saída para os ocidentais" no quadro deste conflito.

E, para piorar o cenário para Kiev, o chefe do gabinete do Presidente Volodymyr Zelensky, Igor Zhovkva, veio a público admitir que as unidades de combate ucranianas estão "com os paióis de munições a zero" por causa da intensidade dos combates das últimas semanas...

Contexto da guerra na Ucrânia

A 24 de Fevereiro de 2022 as forças russas iniciaram a invasão da Ucrânia por vários pontos, tendo o Presidente russo dito que se tratava de uma "operação militar especial", sublinhando que o objectivo não era (é) a ocupação do país vizinho, condição que evoluiu depois para a anexação de territórios no Donbass mas também as regiões de Kherson e Zaporijia, mas sim a sua desmilitarização e desnazificação e assegurar que Kiev não insiste na adesão à NATO, o que Moscovo considera parte das suas garantias vitais de segurança nacional.

O Kremlin critica há vários anos fortemente o avanço da NATO para junto das suas fronteiras, agregando os antigos membros do Pacto de Varsóvia, organização que também colapsou com a extinção da URSS, em 1991.

Moscovo visa ainda garantir o reconhecimento de Kiev da soberania russa da Península da Crimeia, invadida e integrada na Rússia, depois de um referendo, em 2014, e ainda a independência das duas repúblicas do Donbass, a de Donetsk e de Lugansk, de maioria russófila, que o Kremlin já reconheceu em Fevereiro, tendo acrescido a esta reivindicação as províncias de Kherson e Zaporijia, depois da realização de referendos que a comunidade internacional, quase em uníssono, não reconhece.

Do lado ucraniano, a visão é totalmente distinta e Putin é acusado de estar a querer reintegrar a Ucrânia na Rússia como forma de reconstruir o "império soviético", que se desmoronou em 1991, com o colapso da União Soviética.

Kiev insiste que a Ucrânia é una e indivisível e que não haverá cedências territoriais como forma de acordar a paz com Moscovo, sendo, para o Presidente Volodymyr Zelensky, essencial o continuado apoio militar da NATO para expulsar as forças invasoras.

A organização militar da Aliança Atlântica está a ser, entretanto, acusada por Moscovo de estar a desenrolar uma guerra com a Rússia por procuração passada ao Exército ucraniano, o que eleva, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, o risco de se avançar para a III Guerra Mundial, com um confronto directo entre a Federação Russa e a NATO, que tanto o Presidente dos EUA, Joe Biden, como o Presidente Vladimir Putin, da Rússia, já admitiram que se isso acontecer é inevitável o recurso ao devastador arsenal nuclear dos dois lados desta barricada que levaria ao colapso da humanidade tal como a conhecemos.

Esta guerra na Ucrânia contou com a condenação generalizada da comunidade internacional, tendo a União Europeia e a NATO assumido a linha da frente da contestação à "operação especial" de Putin, que se materializou através de bombardeamentos das principais cidades, por meio de ataques aéreos, lançamento de misseis de cruzeiro e artilharia pesada, e com volumosas colunas militares a cercarem os grandes centros urbanos do país, mas que agora está concentrada no leste e sudeste da Ucrânia.

Na reacção, além da resistência ucraniana, Moscovo contou com o maior pacote de sanções aplicadas a um país, que está a causar danos avultados à sua economia, sendo disso exemplo a queda da sua moeda nacional, o rublo, que chegou a ser superior a 60%, embora já tenha, entretanto, recuperado.

Estas sanções, que já levaram as grandes marcas mundiais a deixar a Rússia, como as 850 lojas da McDonalds, a mais simbólica, abrangem ainda os seus desportistas, artistas, homens de negócios, a banca e grande parte das suas exportações, ficando apenas de fora o sector energético, do gás natural e em pate do petróleo..

Milhares de mortos e feridos e mais de 5,5 milhões de refugiados nos países vizinhos da Ucrânia são a parte visível deste desastre humanitário.

O histórico recente desta crise no leste europeu pode ser revisitado nos links colocados em baixo, nesta página.