Esta situação é em tudo semelhante ao episódio que aconteceu a 28 de Abril de 2022, quando o chefe das Nações Unidas foi falar com o Presidente Volodymyr Zelensky em busca de condições para permitir a saída de civis de áreas de combates e ouviu as fortes explosões perto do seu hotel, o que gerou forte indignação internacional.
As relações de António Guterres com o Presidente russo Vladimir Putin não são boas e isso ficou claro nas imagens que correram o mundo quando, dois meses após a invasão, em finais de Abril do ano passado, quando foi a Moscovo para obter um acordo para a abertura de corredores humanitários na Ucrânia e foi sentado na ponta de uma longa mesa com o chefe do Kremlin.
Esse mal estar foi depois reconfirmado com o ataque a Kiev e agora, com o SG da ONU a deslocar-se à capital ucraniana para discutir, entre outros assuntos, a extensão do acordo dos cereais do Mar Negro e aquilo que Guterres classificou de "paz justa" baseada na Carta das Nações Unidas, ou seja aquilo que Moscovo já disse que nem serve para começar a conversar, que é a soberania de Kiev sobre todos os territórios ocupados, incluindo a Crimeia, anexada em 2014, e as regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, anexadas em Setembro de 2022.
O facto de o chefe das Nações Unidas deslocar-se agora pela terceira vez a Kiev, quando foi apenas uma a Moscovo, deixa claro a existência de um desequilíbrio nas relações do SG com os dois lados das trincheiras nesta guerra no leste europeu, sem que tenha sido anunciado um desvio pela capital russa a caminho de Nova Iorque, o que causa um imbróglio difícil de digerir porque um acordo de paz, mesmo uma "paz justa" como referiu o português, tem sempre de contar com a concordância de dois lados e não apenas de um.
Alias, a razão para o descontentamento dos russos com Guterres é o facto deste ter, desde o início, escolhido claramente o lado ucraniano, escudando-se para essa opção na lei internacional e a Carta das Nações Unidas, nomeadamente nos capítulos sobre a ocupação de territórios de países, embora sem hostilizar Moscovo.
Todavia, isso não impediu o chefe das Nações Unidas de ter sido preponderante, a par do Presidente turco, Recep Erdogan, no processo que permitiu o desbloqueamento do corredor marítimo no Mar Negro, em Julho do ano passado, com Vladimir Putin a aceitar retirar a frota russa para deixar passar os navios graneleiros que começaram a exportar os cereais ucranianos dos seus portos na costa sul.
Com a saída de António Guterres de Kiev, na quarta-feira, onde esteve apenas algumas horas, ficou ainda mais exposta a dimensão dos ataques russos em quase todo o território ucraniano, com dezenas de misseis - os ucranianos dizem ter abatido 31 dos 81 lançados - a atingirem as zonas de Kiev, Odessa (sul), Lviv (oeste), Kharkiv (nordeste) ou ainda Zaporijia e outras área da linha da frente, sendo os alvos as centrais eléctricas, locais de armazenamento de armas ocidentais, centros de comando militares ucranianos e depósitos de combustível, tendo neste cenário morrido pelo menos cinco civis.
Este vasto ataque, que incluiu o uso de vários misseis hipersónicos Khinzal, que segundo alguns media foram dirigidos aos alvos mais valiosos, incluindo um aparentemente muito relevante em Kiev, embora ainda não se sabia precisamente o quê, surgiu depois de vários dias com notícias nos media ocidentais sobre a alegada exaustão russa da sua capacidade de infligir danos severos na infra-estrutura civil e militar ucranianas.
Pelo meio, a central nuclear de Zaporijia, a maior da Europa, que está nas mãos dos russos, foi desligada da rede eléctrica ucraniana e teve de voltar a operar com geradores para garantir a sua rede de segurança dos seus seis reactores.
A dimensão do ataque, segundo alguns analistas miliares, visou claramente a rede eléctrica nacional ucraniana, o que causa transtornos em todo o sector das telecomunicações e ferroviário, entre outros, podendo indiciar ser a antecâmara da muito anunciada, e por isso esperada, grande ofensiva russa da Primavera, que tem sido sucessivamente dada como estando em curso mas depois verifica-se que não, o que pode muito bem ser parte da estratégia de Moscovo para, com este jogo do rato e do gato, ganhar a vantagem da surpresa por empastelamento das percepções.
No que diz respeito ao acordo da denominada "Iniciativa do corredor Marítimo" para os cereais do Mar Negro, que já dura desde Julho do ano passado, foi assinado em duas plataformas, uma com a ONU, a Turquia e a Rússia, e outra com a Ucrânia e os dois mediadores, prevendo a livre passagem de graneleiros com cereais ucranianos mas também russos, além de fertilizantes.
Este documento, que foi assinado depois de uma intensa campanha mediática, liderada pelo próprio SG das Nações Unidas, centrada na eclosão de uma crise alimentar, especialmente em África, devido ao bloqueamento russo do Mar Negro com a sua Armada, o que permitiu a saída de 23 milhões de toneladas de grãos, embora a justificação inicial - a fome crescente nos países mais pobres - se tenha depois revelado falsa, porque a esmagadora maior parte dos cereais foi destinado aos países mais ricos, incluindo a Espanha, que usou milhares de toneladas para alimentar os porcos com os quais alimentam a sua milionária indústria de enchidos, como o famoso presunto ibérico.
Além disso, verificou-se igualmente que a parte do acordo sobre a exportação de cereais e fertilizantes russos não se cumpriu de igual modo, porque as prometidas aberturas nas sanções ocidentais, que, embora não incidam sobre os alimentos, bloqueiam o acesso aos seguros das embarcações que os transportam, não foram garantidas, levando a que as autoridades russas exijam agora, para prolongar este acordo, garantias de que tal não volta a suceder.
Para já, as exigências de Moscovo estão em cima da mesa e só haverá, explicou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, uma extensão renovada se forem dadas garantias à Federação Russa de que esta situação não se repete.
A piada Nord Stream
Uma das situações mais caricatas nesta guerra, que já dura há mais de um ano, é a dúvida sobre a autoria das explosões dos dois gasodutos Nord Stream, I e II, que, através do Mar Báltico, liga(va)m a Rússia à Alemanha, e que foram postos fora de uso com várias explosões em Setembro do ano passado, impedindo assim o fornecimento de grandes quantidades de gás russo à Europa ocidental, o que rendia milhões a Moscovo, passando esses milhões dos europeus a ser pagos aos Estados Unidos, que era e é excedentário esta matéria-prima, pelo fornecimento do seu muito mais caro e poluente gás de xisto (fracking).
Actualmente, a polémica só tem crescido, desde logo, porque, antes das explosões, o Presidente norte-americano, Joe Biden, disse com todas as letras que estes gasodutos não podiam continuar a operar e que os EUA tinham os meios para garantir que assim seria, depois foi a sua sub-Secretária de Estado, Victoria Nuland, a ser apanhada numa comunicação com o seu chefe, Antpnu Blinken, a informá-lo que o trabalho estava feito logo após as explosões, e, por fim, um total empastelamento da comunicação sobre este assunto.
Semanas após um dos mais prestigiados jornalistas de investigação em todo o mundo, o norte-americano Seymour Hersh, Prémio Pulitzer, o mais importante em todo o mundo na área do jornalismo, ter divulgado um trabalho onde expõe todo o processo que levou às explosões, conduzido e protagonizado pelos militares dos Estados Unidos em coordenação com a Casa Branca, eis que jornais como The New York Times, dos EUA, ou o alemão Die Zeit, aparecem, em simultâneo com uma versão que não lembrou a ninguém a longo dos seis meses que mediam o presente e o momento da ocorrência na profundeza do Mar Báltico: foram os ucranianos que rebentaram com os gasodutos.
Ora, a esmagadora maioria dos analistas, mesmo antes de se conhecer esta nova e caricata versão sobre a autoria ucraniana do ataque aos Nord Stream, tinha como convicção que a complexidade da operação, desde a carga explosiva necessária, à profundidade que era necessário ir com todo o aparato, as rebuscadas manobras de camuflagem da operação, numa região marítima das mais vigiadas do mundo, abrangendo as costas da Rússia, Alemanha, Polónia, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Estónia, Lituânia e Letónia, jamais poderia ser conduzida pela Ucrânia, pelo menos sem o apoio directo e substantivo de países ocidentais da NATO.
Recorde-se ainda que desde os primeiros dias pós-explosões, os media ocidentais, quase em uníssono, forçaram a tese de que tinham sido os russos a destruir o seu investimento de mais de 11 mil milhões de dólares, só no Nord Stream II, com mais de 1.200 quilómetros, e que iria duplicar o fornecimento de gás à Europa ocidental, entretanto substituído por gás norte-americano devido às sanções sobre Moscovo devido à invasão da Ucrânia.
Mas, seja quem seja que esteve por detrás desta operação, uma das mais bem conseguidas em toda a guerra, atingindo o coração dos interesses russos, uma coisa é certa: a ocidente quase todos os principais aliados de Kiev não esconderam a satisfação e entre na Polónia, por exemplo, houve mesmo um ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e actual deputado europeu, Radoslaw Sikorski, tivesse ido às redes sociais agradecer aos norte-americanos pela destruição da infra-estrutura russa.
E, agora, sobre a fogueira da polémica mediática que opõe a versão de Seymour Hersh à veiculada concomitantemente pelo NYT e Die Zeit, que o Kremlin já disse ter sido uma "inserção inserida simultaneamente nestes dois media pelos serviços secretos ocidentais" para empastelar a informação e gerar a "falsa" percepção de que não se consegue saber quem foi, surge na berlinda o Presidente polcado, Andrzej Duda, a dizer sem esconder nada que a destruição dos gasodutos russos do Báltico foram "benéficos para a Europa".
Duda, que é o mais férreo aliado da Ucrânia e defensor do apoio ocidental a Kiev, defende que as explosões dos Nord Stream permitiram à Europa ocidental "libertar-se dos planos de Moscovo para dominar o ocidente através de uma dependência da sua energia".
Alias, existem mesmo alguns analistas e media russos que apontaram para a Polónia como um dos países que estiveram por detrás da operação que levou à destruição destes gasodutos sob as águas do Mar Báltico.
Já esta quinta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, numa conferência de imprensa em Moscovo, disse ser uma "vergonha" admitir que qualquer "oligarca ucraniano pudesse organizar este atentado terrorista" aos gasodutos Nord Stream.
SG da ONU não é neutral, acusa Lavrov
O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, disparou fortes críticas a António Guterres acusando-o de não estar a agir em conformidade com os requisitos exigidos pelo cargo de Secretário-Geral das Nações Unidas.
Para Lavrov, o português não está a manter uma postura neutral no que respeita ao conflito na Ucrânia, "como determinam as suas obrigações no cargo que ocupa"
O chefe da diplomacia russa foi ainda severamente críttico da postura do Secretário-Geral da ONU sobre a questão dos atentados aos Nord Stream,, acusando-o de ter ignorado totalmente as posições russas, nomeadamente o pedido de uma investigação por parte da ONU, de forma a que não restassem dúvidas sobre os autores destas explosões em Setembro do ano passado.
Lavrov disse ainda ser "lamentável" que António Guterres tenha ido a Kiev apenas para defender os interesses ucranianos quando a Carta das Nações Unidas lhe impõe uma acção imparcial e equidistante, sem ignorar, como tem ignorado, os "factos e as evidências" no âmbito do ataque no Mar Báltico.
Entretanto, a oriente... tudo de novo
Com a guerra na Ucrânia a perder importância mediática à medida que o tempo passa, de Pequim chegou mais um "statement" que pode aquecer sobremaneira o caudaloso fluxo de movimentações diplomáticas globais.
Depois de este ano de guerra ter coincidido fortemente com a emergência de um bloco a leste formado pela China e pela Rússia, que afirmam dia após dia a sua parceria estratégica ilimitada e "sólida como uma rocha", como a definiu o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, tanto os EUA como a União Europeia apostam claramente em encostar Pequim à parede com ameaças de "castigos" severos caso essa aliança com os russos leve à entrega de armamento chinês às forças do Kremlin.
Mas Qin Gang, sem refrear o discurso, perguntou porque é que os EUA se mostram tão descontentes com a possibilidade de Pequim entregar armas à Rússia no contexto da guerra na Ucrânia quando se posicionam ao lado dos independentistas de Taiwan e lhes fornecem armas de forma ilimitada? Porque é que se posiciona tão fortemente pela soberania da Ucrânia e não respeita a soberania de Pequim sobre Taiwan?
Sempre com a questão de Taiwan em pano de fundo, com a China a ter, em dois momentos distintos, nos últimos dois meses, reafirmado a inevitabilidade de reintegração total da ilha na China Popular, sem afastar a possibilidade de isso ser feito pela via armada, e com Washington a manter a postura afirmativa da sua "aliança" com Taipé, começa a ser mais claro que nunca o surgimento de dois blocos opostos na disputa de uma nova ordem mundial, baseada em regras, como actualmente, assente na ONU, FMI e Banco Mundial, de acordo com os ditames ocidentais, e uma nova ordem, alicerçada na cooperação entre iguais e multipolar, como preconizam Pequim, Moscovo e um alargado número de países do denominado Sul Global, ao qual a Índia mostra cada vez mais proximidade, como ficou claro no discurso do seu primeiro-ministro, Narendra Modi, na último reunião do G20, em Nova Deli, onde desferiu um ruidoso golpe na hegemonia global norte-americana.
Face a esta postura ofensiva da União Europeia e dos EUA, que ameaçam Pequim com sanções pesadas se enviar armamento para os russos, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Qin Gang, numa conferência de imprensa onde revelou uma postura jamais vista na diplomacia do gigante asiático, não só afirmou o fortalecimento das já historicamente sólidas relações com a Federação Russa, como acusou os Estados Unidos e os seus aliados de serem uma "fonte permanente de conflitualidade" no mundo.
Sublinhou que a parceria China-Rússia visa a estabilidade e a paz enquanto a postura ocidental é agressiva e tem como objectivo a "contenção e supressão" da competitividade chinesa, quando bastaria ver que a postura da Rússia e da China é totalmente diferente e pugna por uma cooperação global, "um exemplo para o que devem ser as relações internacionais".
E afirmou que, quanto mais instável for o mundo, mais se justifica "o estável avanço da parceria da China com a Rússia", considerando que esta parceria tem como âncora a amizade entre os Presidente Xi Jinping e Vladimir Putin e que "só vai crescer e fortalecer-se pelos anos vindouros".
Qin Gang, naquela que foi a sua primeira aparição em público, diante dos jornalistas, admitiu ainda, pela primeira vez desta forma, que a China e os EUA estão em rota de um conflito se Washington não mudar a sua abordagem a Pequim, colocando o fortalecimento das relações com Moscovo como uma linhá prioritária para os anos vindouros.
Numa frase que poderá ficar pra a história destes tempos, Gang disse que "se os EUA não travarem a fundo e continuarem nesta aceleração pela estrada errada, não há segurança possível para uma despiste e será inevitável um conflito", avisou.
E notou que os EUA têm apostado fortemente no desafio à China, como ficou claro no episódio algo caricato do "balão espião" abatido pela força aérea norte-americana, quando Pequim garantia que era apenas um mero balão meteorológico que se desviou inadvertidamente da rota, ou ainda a ordem dada para que todos os telemóveis de funcionários públicos retirem a aplicação da rede social "Tik Tok" ou ainda a causação de que as gruas dos portos produzidas na China e colocadas em todo o mundo estejam a servir para "espiar" conteúdos de contentores americanos.
Contexto da guerra na Ucrânia
A 24 de Fevereiro de 2022 as forças russas iniciaram a invasão da Ucrânia por vários pontos, tendo o Presidente russo dito que se tratava de uma "operação militar especial", sublinhando que o objectivo não era (é) a ocupação do país vizinho, condição que evoluiu depois para a anexação de territórios no Donbass mas também as regiões de Kherson e Zaporijia, mas sim a sua desmilitarização e desnazificação e assegurar que Kiev não insiste na adesão à NATO, o que Moscovo considera parte das suas garantias vitais de segurança nacional.
O Kremlin critica há vários anos fortemente o avanço da NATO para junto das suas fronteiras, agregando os antigos membros do Pacto de Varsóvia, organização que também colapsou com a extinção da URSS, em 1991.
Moscovo visa ainda garantir o reconhecimento de Kiev da soberania russa da Península da Crimeia, invadida e integrada na Rússia, depois de um referendo, em 2014, e ainda a independência das duas repúblicas do Donbass, a de Donetsk e de Lugansk, de maioria russófila, que o Kremlin já reconheceu em Fevereiro, tendo acrescido a esta reivindicação as províncias de Kherson e Zaporijia, depois da realização de referendos que a comunidade internacional, quase em uníssono, não reconhece.
Do lado ucraniano, a visão é totalmente distinta e Putin é acusado de estar a querer reintegrar a Ucrânia na Rússia como forma de reconstruir o "império soviético", que se desmoronou em 1991, com o colapso da União Soviética.
Kiev insiste que a Ucrânia é una e indivisível e que não haverá cedências territoriais como forma de acordar a paz com Moscovo, sendo, para o Presidente Volodymyr Zelensky, essencial o continuado apoio militar da NATO para expulsar as forças invasoras.
A organização militar da Aliança Atlântica está a ser, entretanto, acusada por Moscovo de estar a desenrolar uma guerra com a Rússia por procuração passada ao Exército ucraniano, o que eleva, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, o risco de se avançar para a III Guerra Mundial, com um confronto directo entre a Federação Russa e a NATO, que tanto o Presidente dos EUA, Joe Biden, como o Presidente Vladimir Putin, da Rússia, já admitiram que se isso acontecer é inevitável o recurso ao devastador arsenal nuclear dos dois lados desta barricada que levaria ao colapso da humanidade tal como a conhecemos.
Esta guerra na Ucrânia contou com a condenação generalizada da comunidade internacional, tendo a União Europeia e a NATO assumido a linha da frente da contestação à "operação especial" de Putin, que se materializou através de bombardeamentos das principais cidades, por meio de ataques aéreos, lançamento de misseis de cruzeiro e artilharia pesada, e com volumosas colunas militares a cercarem os grandes centros urbanos do país, mas que agora está concentrada no leste e sudeste da Ucrânia.
Na reacção, além da resistência ucraniana, Moscovo contou com o maior pacote de sanções aplicadas a um país, que está a causar danos avultados à sua economia, sendo disso exemplo a queda da sua moeda nacional, o rublo, que chegou a ser superior a 60%, embora já tenha, entretanto, recuperado.
Estas sanções, que já levaram as grandes marcas mundiais a deixar a Rússia, como as 850 lojas da McDonalds, a mais simbólica, abrangem ainda os seus desportistas, artistas, homens de negócios, a banca e grande parte das suas exportações, incluindo o sector energético, do gás natural e em parte do petróleo...
Milhares de mortos e feridos e mais de 9,5 milhões de refugiados internos e nos países vizinhos da Ucrânia são a parte visível deste desastre humanitário.
O histórico recente desta crise no leste europeu pode ser revisitado nos links colocados em baixo, nesta página.