O vídeo que prova o trágico momento em que homens armados e fardados do Exército etíope atiram para a fogueira um civil desarmado, com vestígios de outros terem ali tido o mesmo destino, foi publicado com a informação de que as vítimas são oriundas da província de Tigray, no norte da Etiópia e onde em Novembro de 2020 ocorreu uma sublevação contra o Governo do primeiro-ministro Abiy Ahmed.

Este episódio de enorme violência ocorreu, segundo avança o The Guardian, em Ayisid Kebele of Metekel, na região de Benishangul-Gumuz, área onde comummente ocorrem crime de natureza étnica e já morreram, por essa razão, milhares de pessoas.

O próprio Governo considerou, na sua página oficial no Facebook, que se tratou de um "horrível e inumano episódio de violência injustificável contra civis inocentes que foram mortos pelo fogo".

A notícia foi primeiramente avançada pela Reuters que, segundo o The Guardian, sublinha não ter podido confirmar a localização precisa da acção filmada.

Os conflitos étnicos nesta região não têm uma ligação directa com o conflito que há mais de um ano espalha o terror pelas regiões do norte da Etiópia, com epicentro em Tigray, mas as vítimas envolvidas neste episódio, segundo vozes ouvidas na gravação, são naturais de TIgray.

Como o Novo Jornal tem acompanhado, o conflito no Tigray, que já fez milhares de mortos e feridos e espalhou uma imanes mancha de refugiados pela região africana, incluindo o Sudão, ocorreu depois de uma revolta nas estruturas militares da região com génese na organização guerrilheira da Frente Popular de Libertação do Tigray.