Esta decisão da organização pan-africana já era esperada depois de um grupo de militares ter deposto o Presidente Kaboré alegadamente por incapacidade demonstrada para fazer frente aos grupos de radicais islâmicos que infernizam a vida das populações no norte do Burkina Faso há vários anos, com milhares de deslocados e centenas de mortos no registo.
Antes da UA já a Comunidade de Estados da África Ocidental (CEDEAO) tinha decidido pela suspensão do Burkina Faso das suas actividades, tal como fizera em relação ao Mali e à Guiné-Conacri, países onde tiveram lugar igualmente golpes de Estado com origem nos quartéis.
A suspensão será levantada com a reposição da ordem constitucional.
Tal como nos restantes, as organizações sub-regionais e pan-africana condenaram de forma veemente estes golpes, traduzindo assim a política de tolerância zero para com alterações não constitucionais no poder dos países membros.
No entanto, recorde-se, esta política de tolerância zero da UA e da CEDEAO só foi traduzida por uma intervenção externa para recompor a ordem constitucional na Gâmbia, um pequeno Estado entalado no sul do Senegal, onde a ameaça de uma invasão militar levou os fiéis do antigo Presidente Yahya Jammeh a retrocederem e a aceitarem o resultado das eleições de 2016.
Ao mesmo tempo que anunciava esta suspensão, a UA sublinhava a exigência feita antes pela CEDEAO e da ONU de libertação incondicional do Presidente deposto.