Uma frota de autocarros tão avançada que nem precisa de combustível. Vão deslizar pelas ruas asfaltadas do País, impulsionados pela brisa suave e pelo brilho do sol africano, como se fosse tapetes mágicos modernos. É a transição energética e as energias limpas numa só viatura. Um combinado futurista com sopros e sol. E quando o sol se esconder ou o vento se acalmar? Fácil, os passageiros, nos seus assentos, poderão pedalar e gerar energia suficiente para subir a Serra da Leba, pelo menos na versão articulada. Além de ser ecológico, é também um óptimo exercício.

Mas não é só isso. Estes autocarros são o sonho de qualquer estudante cibernético. Irá fornecer o Wi-Fi mais rápido que a luz, obviamente conectado ao satélite mais Angolano da órbita terrestre, e providenciará merendas escolares que farão qualquer chef estrelado salivar de inveja. Vão, certamente, concorrer para a subida da produtividade dos alunos e combater o fenómeno "mata aula". Só se vislumbram ganhos. Não vão ser necessários "passes sociais". Uma simples leitura da retina do putativo passageiro irá permitir perceber a condição social do mesmo e decidir em milésimos de segundos a sua condição social e o justo pagamento ou então a gratuidade do acesso.

E há mais novidades. Para aqueles que sempre quiseram aprender uma nova língua, mas achavam que não tinham tempo, os autocarros vão resolver este problema. Terão cursos gratuitos de línguas, nacionais e estrangeiras. Enquanto os passageiros viajam para o trabalho ou para a escola, não vão precisar de se preocupar com o trânsito, porque com tanto para fazer nem darão pelo passar do tempo. Vamos criar poliglotas ambulantes.

Estes autocarros futuristas também serão equipados com mini bibliotecas, jardins verticais e até um sistema de reciclagem que transforma o lixo em música - sim, música. Quem diria que separar o plástico do papel poderia ser tão... harmonioso? Ao invés do lixo ir parar à rua, valas de drenagem ou ao mar, poderá ser transformado em música para os nossos ouvidos. Para cada tipo de resíduo, um estilo de música diferente. Semba, rebita, kuduro, kizomba, ritmos produzidos com lixo nacional. Os resíduos importados irão gerar rock, hip-hop, salsa, bolero, etc.

Então, da próxima vez que quiserem reclamar de uma adjudicação directa, investiguem os benefícios desse investimento governamental. Quando chegarem os autocarros, lembrem-se que não serão apenas um meio de transporte, será uma revolução sobre rodas. Angola não está apenas a mudar o jogo, está a reescrever as regras. Os autocarros são mais do que apenas meros autocarros - são uma experiência de vida!