Já vimos, sentimos e nos lambuzamos com o sabor viciante dessa fruta, mas poucos sabem de onde sai a gajaja. Como nasce, cresce e é recolhida ou apanhada. De onde vem a gajaja? Essa questão pode ser facilmente respondida, fazendo recurso a uma dica com bué de anos: uma imagem vale mais do que mil palavras. Assim, basta que as tv"s façam reportagens sobre isso, indo às localidades rurais de Luanda ou ao Bengo, Malanje ou Kwanza-Norte, para mostrar a origem desse mambo kuyoso que nessa altura zunga pela nguimbi. Mas, se uma imagem vale mais do que mil palavras, quanto valerá ir até ao local, ver, sentir, cheirar, tocar, tirar, provar e ajudar a plantar a dita-cuja gajaja!?
Como seria se houvesse um festival da gajaja, um evento local, mas com abrangência nacional e quiçá internacional, cujo aroma convide turistas para irem à chamada "capital" da gajaja, como bem disseram os kotas Dani Costa e Neto Jr., ao município do Lucala, no Kwanza-Norte!?
Festivais do género no estrangeiro fazem bué de sucesso e geram milhões em receitas para os cofres públicos e para quem faça algum negócio, logo, poderia ser um mambo bué fixe, com bué de ganhos para as localidades.
Realizar um evento anual durante um fim-de-semana entre e Janeiro e Fevereiro, no qual seria exposto aos visitantes todo o potencial da gajaja, para consumo directo da fruta, como sumo, compota, bolos e outros derivados, bem como a disponibilização de informação nutricional e outra sobre a fruta. Aos turistas que lá fossem degustá-la, encontrariam mais aromas, sons, tons, sabores e vivências que os convidariam a regressar mais vezes e com mais kambas. O alojamento seria um dos desafios locais, com pousadas, espaços para campismo e outras opções para acolher e oferecer uma boa noite de sono. Também se podia ousar e ferrar em Ndalatando ou em Cambambe e no Dondo, e adormecer com o canto energético das quedas da barragem de Cambambe, cuja imagem do pôr-do-sol liberta endorfinas.
Para o transporte, as companhias fidedignas podem garantir o frete de autocarros e miniautocarros para o transporte condigno dos viajantes, sejam de Luanda, Huambo ou Malanje. Para se conhecer bem as localidades, poderia haver guias turísticos, conhecedores das bandas e das dicas todas que apresentassem de forma apaixonante as nossas envolventes raízes.
Bué de actividades poderiam ser organizadas em paralelo ao boda da gajaja, para que as artes locais pudessem também dar o ar da sua graça na beleza da boleia da gajaja. Artesanato, música, dança, pintura, teatro, conto, poesia, são apenas algumas das cenas que seriam feitas, inclusive à volta da fogueira, aconchegando o momento na companhia de chás que a banda oferece como o caxinde e o capungopungo, adocicados com mel puro, sem capassarinho.