As promessas devem ser valorizadas, e, ao ser apresentadas, deveria ser obrigatório juntar uma justificação da sua exequibilidade. Apresentar metas mensuráveis deveria ser uma prática obrigatória. Por exemplo, todos repetem o mantra da saúde e educação. É pouco. Que se explicite a percentagem do OGE com que se comprometem, com o esclarecimento do que deve ser empregue em betão, quanto se deverá investir nos recursos humanos, quanto terá como destino a garantia de aquisição do que é essencial para que o sistema funcione (material gastável, medicamentos, reagentes para os laboratórios, material didáctico, etc.) e quanto está reservado para a manutenção e conservação das infra-estruturas.

O meu voto deverá ajudar quem tiver a intenção de promover uma política coerente de planeamento familiar. A multiplicação da população ao ritmo que está a acontecer, com uma taxa superior a 3%, o que implica mais de um milhão de novos cidadãos todos os anos, parece-me ser um dos grandes problemas que temos que resolver. Isto a juntar à gravidez precoce e ao preconceito cultural (que não cesso de dizer que é datado, pois todas as outras culturas, em determinado estágio do seu desenvolvimento, privilegiaram as famílias numerosas), não se justifica nos dias de hoje, em que a preocupação deveria ser a criação de condições para melhorar a qualidade de vida dos que existem, e não a de utilizar a população com uma preocupação de aumento da importância do país por via do número de habitantes, a contracorrente da tendência mundial, e comprometendo qualquer programa de infra-estruturas, pois a pressão sobre as mesmas, particularmente no que se refere a saúde, educação, habitação, é enorme. Pior ainda quando a economia estagna, e nos empobrecemos anualmente, diminuindo o per capita do que temos para distribuir.

O meu voto irá para quem apresentar um programa credível de criação de emprego. Porque isso está ligado à economia e ao seu desenvolvimento. E este tem uma ligação umbilical com a facilidade de criação de empresas, de transparência, de adequação das exigências legais às condições reais do país. Formalizar o informal por via da simplificação. O início de um negócio não deveria exigir mais do que uma ideia, a vontade e um endereço para se encontrar o promotor. O resto deveriam ser só incentivos. A promoção de um investimento deveria necessitar de menos assinaturas reconhecidas. O bom lugar para investir é onde as start-ups florescem.

O meu voto deve juntar-se aos que pugnam por moralizar a sociedade através do exemplo. Pregando a simplicidade e o combate à ostentação, que é o gérmen mais visível da corrupção.

O meu voto irá, definitivamente, para quem tem uma visão laica do Estado. O obsessivo apelo à ajuda do além é um sinal de atraso e incapacidade de encarar o mundo como ele é. Forma (pouco) subtil de fuga à responsabilidade, cobardia e/ou oportunismo. Inconstitucional!

O meu, o teu, os nossos votos são preciosos. Equânimes, usemo-los como instrumentos de transformação do país.