O MPLA, que elegeu 150 deputados para a Assembleia Nacional, nas eleições gerais de 23 de Agosto, é o partido com mais mexidas na sua estrutura parlamentar para a presente legislatura, tendo em conta que 31 deputados não vão assumir os lugares, sobretudo por terem sido nomeados pelo Presidente da República, João Lourenço, para cargos governamentais.

As excepções às substituições por incompatibilidade de cargos são os casos da primeira-dama Ana Dias Lourenço, que tal como o Novo Jornal Online noticiou antes vai dedicar-se em exclusivo à Presidência da República, e da sua antecessora, Ana Paula dos Santos, que também suspendeu o mandato.

Para além das alterações no partido no poder - em que se destaca a integração de Joaquim David, ex-director geral da Sonangol, de Luís Neto, ex-director da Caixa Social das FAA e de Henrique Júnior, ex-governador do Kwanza-Norte -, a CASA-CE também muda uma das peças, tendo em conta que o presidente Abel Chivukuvuku decidiu abdicar do lugar na Assembleia Nacional para se ocupar por inteiro da liderança da coligação.

Para o seu lugar entra a deputada Odeth Ludivina Baca Joaquim.

Estes ajustes foram uma das notas de realce da primeira sessão da IV Legislatura, hoje, em Luanda.

A marcar os trabalhos esteve ainda a indicação de que das 10 Comissões da Assembleia Nacional, apenas três não serão dirigidas pelo MPLA, cabendo duas à UNITA e uma à CASA-CE.

De recordar que nas eleições passadas, o MPLA ficou em primeiro lugar, com 4.115.302 dos votos (61,077%) elegendo 150 deputados.

Na segunda posição ficou o partido liderado por Isaías Samakuva, a UNITA, com 1.800.860 dos votos (26,72%), o que lhe conferiu 51 dos 220 deputados eleitos.

A Convergência Ampla de Salvação de Angola-Coligação Eleitoral (CASA-CE) apareceu em terceiro lugar, com 639.789 votantes, ou seja 9,49% da preferência dos eleitores, o que representa 16 mandatos parlamentares.

No quarto lugar surgiu o PRS, com 89.763 votos (1,33%), o que representa dois deputados, e, na quinta posição, a FNLA, com 61.394 eleitores (0,91%), com direito a um parlamentar.