No despacho 214/21, o Chefe de Estado aprova um valor total equivalente em Kwanzas 6,1 milhões de dólares dos Estados Unidos da América para a remuneração dos trabalhos executados até ao momento, bem como para a extensão do prazo de trabalhos a desenvolver até ao dia 31 de Março de 2022.
No documento, o ministro da Energia e Águas é autorizado, com a faculdade de subdelegar, a celebrar a adenda com a Dar Angola, empresa criada em 1997 pelo libanês Ramzi Ramez Klink, como sócio maioritário, com 57,14 por cento do capital, cabendo à multinacional libanesa Dar-Al Handasah (Shair and Partners) 40 por cento.
Em 2015 Ramzi Ramez Klink passou a sua quota para a Dar-Al Handasah Shair and Partners e a Dar Al Handasah Consultin Holding a totalidade das acções.
Na escritura de 2015 a Dar Al Handasah Consultin Holding foi representada por Alice Maria Trindade Escórcio, que esteve ligada à Comissão Técnica Multissectorial para a bacia Hidrográfica do Cunene, integrada em 2012 enquanto membro dos acordos bilaterais, de acordo com o despacho 30/12, assinado pelo secretário de Estado das Águas, Luís Filipe da Silva. Por essa altura (2012) iniciava igualmente funções como vice-presidente da mesa da assembleia geral do Banco Angolano de Investimentos (BAI).
A Dar é referenciada como uma das empresas que detém, há décadas, praticamente o monopólio de elaboração e fiscalização das obras relevantes de arquitectura e engenharia do Estado angolano. Aliás, no mesmo Diário da República de Abril de 2017, data em que foi atribuída esta obra à Dar Angola e que agora é reforçada por João Lourenço com 6,1 milhões USD, foi igualmente aprovada a minuta de contrato de fiscalização da construção da Estação de Tratamento de Água de Candelabro (Fase III), no valor total equivalente em Kwanzas 4,2 milhões de dólares.