As cerimónias fúnebres de Sam Nujuma vão decorrer esta sexta-feira, e no sábado. Os restos mortais vão ser depositados no túmulo dos Heróis de Acre, nos arredores de Windhoek.

Sam Nujoma morreu aos 95 anos de idade, após três semanas de hospitalização. Considerado o artesão da independência da Namíbia, que depois de ter estado sob tutela alemã, tinha ficado sob o controlo da África do Sul depois da Primeira Guerra Mundial até 1990, o primeiro Presidente deste país vizinho nasceu a 12 de Maio de 1929, perto de Okahao, no norte do país, no seio de uma família de camponeses.

Sam Nujoma foi o mais velho de onze filhos e passou a sua juventude a lavrar a terra e a cuidar do gado. Aos 17 anos, partiu da sua região e foi estabelecer-se na cidade portuária de Walvis Bay, no oeste.

Aí, ele trabalhou nos caminhos-de-ferro e estudou em horário pós-laboral. Foi também aí que foi confrontado com a discriminação racial decorrente do sistema do Apartheid que então vigorava na Namíbia e na África do Sul, tendo-se sindicalizado, instruindo-se politicamente.

Em 1960, foi co-fundador da SWAPO, partido cujas posições anti-coloniais o obrigaram a exilar-se, deixando atrás dele a esposa e os quatro filhos.

Em 1966, deu início à a luta armada. A guerra de libertação dura 23 anos e causa 20 mil mortos.

De regresso ao país depois da independência em 1990, Sam Nujoma tornou-se o primeiro Presidente da Namíbia livre, cargo que ocupou até 2005.