"Quem esteve atento à intervenção do Presidente Donald Trump, ouviu-o a repetir as palavrás `nós, nós os americanos'. Também nós os angolanos devemos estar unidos. Primeiro os angolanos", referiu o presidente da UNITA durante uma conferência de imprensa que serviu para analisar a situação social e económica do País.

De acordo com o presidente da UNITA, a ausência de líderes africanos na cerimónia da tomada de posse deve ser visto como um sinal de alerta para que os líderes africanos prestem maior atenção às muitas dificuldades que os habitantes deste continente enfrentam.

A título de exemplo apontou Angola, que disse ser um país "amarrado a um enorme embondeiro chamado partido-Estado", que se alimenta "excessivamente" dele e "não pretende soltá-lo por questões de sobrevivência política".

"A mudança torna-se urgente nas eleições de 2027. Este é um desafio que a UNITA se coloca a sim mesma, como um dever inadiável e a máxima responsabilidade enquanto partido líder da oposição", disse.

"Estamos numa encruzilhada da qual já não é possível retroceder. Conhecemos o desafio e temos a vontade e a coragem de abraçarmos as soluções, todos juntos", acrescentou.

Para o principal líder da oposição, o MPLA sempre temeu a diversificação das elites económicas devido ao impacto negativo que isso tem sobre a sua hegemonia política.

"Existe uma série de tramites associados aos processos de exercício da actividade económica que resulta justamente desta mentalidade que sem dúvida constitui resquício do passado marxista", referiu.

De acordo com o presidente da UNITA, há muito que o Presidente Governa por decretos e por ajustes direitos, muitas vezes executados no âmbito de linhas de crédito responsáveis pelo continuo crescimento da dívida pública.

"Em mais de 90 por cento dos contratos, o Titular do Poder Executivo usa muito mal os seus poderes discricionários", referiu.

Adalberto da Costa Júnior disse que o Banco Nacional de Angola (BNA) desempenha "um papel perverso em relação aos objectivos de monetização da economia, manipulando a taxa de câmbio contra os fundamentos económicos e em violação da sua independência técnica e política".

"O BNA no uso do seu papel de autoridade monetária e de supervisão, tem sido uma entidade que permite que os bancos comerciais, públicos e privados, funcionem como caixas que propiciam o vazamento de centenas de milhares de milhões de dólares e o enriquecimento de figuras pertencentes ao regime", acusou.

De acordo com o presidente da UNITA, as decisões do BNA de valorizar ou desvalorizar a moeda nacional "continuam a favorecer a propensão do País para as importações, anulando quaisquer esforços de diversificar a economia e aumentar a produção interna", com efeitos nocivos sobre as reservas cambias, e sem falar da elevada inflação que se regista nos dias de hoje.