Nos corredores do Tribunal Constitucional (TC), há um clima de suspeição, agudizado pelo polémico vazamento do projecto de acórdão que dá conta da nova anulação à vista do congresso da UNITA, que reelegeu, em Dezembro último, Adalberto Costa Júnior como presidente do «galo negro». Fontes do Novo Jornal referem que a quebra de confiança motivada pelo desvio do importante documento num órgão de soberania despertou a atenção do Serviço de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE), que conduziu um trabalho aturado de investigação para chegar à fonte responsável pelo desvio do expediente. Em crise de confiança e mergulhado num clima de suspeição, há reuniões de juízes que estão a ser realizadas fora das instalações do TC, apurou o NJ.

"Todos os funcionários do TC estão sob suspeita. Os nossos telefones, salas... está tudo sob escuta. Devido a este clima de grande suspeição, ontem [terça-feira, 22], os juízes estiveram reunidos fora do TC", comenta uma fonte, tendo a outra precisado que o local escolhido para esta reunião foi o Hotel Intercontinental, local que, entretanto, em ocasiões anteriores, já albergou reuniões de juízes do órgão.

As fontes afastam, desde já e com veemência, qualquer cenário de um falso acórdão em relação ao documento vazado. Confirmam que os radares do SINSE colocam o nome de Juvenis Paulo, com «dedos» na concepção do acórdão já na condição de assessor jurídico do TC - foi exonerado, em Janeiro deste ano, por Laurinda Jacinto Prazeres Monteiro Cardoso, a juíza Presidente do organismo, do cargo de director do Gabinete dos Partidos Políticos daquele tribunal superior -, como sendo a fonte do vazamento do acórdão.

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