Destes 415 milhões, 150 milhões de dólares eram também financiados pela GEMCORP, enquanto o Standard Chartered Bank (SCB), instituição financeira igualmente sediada no Reino Unido, garantia cerca de 220,5 milhões de euros. Uma informação que consta dos despachos presidenciais 308/17 e 309/17, ambos publicados em Diário da República no dia 28 de Dezembro de 2017.
De acordo com os documentos, os empréstimos visavam a "cobertura do défice do Projecto de Aproveitamento Hidroeléctrico de Laúca", e do "Projecto do Sistema de Transporte de Energia Associado ao Aproveitamento Hidroeléctrico de Laúca".
Laúca, que será, em funcionamento pleno, uma das maiores barragens da África Austral, ultrapassando mesmo Cahora Bassa, em Moçambique (1 920 Mw), tem ainda por arrancar dois dos seis grupos de geradores instalados, que vão permitir um total de 2 070 Mw, deixando para trás as outras duas grandes barragens nacionais, Cambambe e Capanda, esta última com limite de produção nos 520 mw.
Inaugurada pelo ex-Presidente José Eduardo dos Santos a 04 de Agosto de 2017, Laúca, situada entre as províncias de Malanje e Kwanza Norte, é considerada como uma das obras emblemáticas do fulgor económico que atravessou Angola na última década e começou a encher a sua albufeira a 11 de Março de 2017.
Com um custo global estimado em 4,5 mil milhões de dólares, a Laúca foi construída pela Odebrecht, com financiamento brasileiro.