Nesta reunião está a ser apreciado o processo de candidatura do ainda vice-presidente da UNITA que foi, na primeira análise pela comissão de mandatos colocada em stand by por causa de dúvidas sobre o seu cumprimento do requisito estatutário de ter 15 amos de militância consecutiva e a eventual existência de excepcionalidades que permitem concorrer no caso desse requisito não ter correspondência.
A Comissão de mandatos, na primeira instância, tinha pedido que apresenta-se um comprovativo de 15 anos militância não interrompidos.
Recorde-se que Adalberto da Costa Júnior tem a sua candidatura igualmente em stand by, embora este prazo tenha sido alargado para até três dias do arranque do XIII Congresso Ordinário, de 13 a 15 de Novembro, durante a qual tem de provar que desistiu da sua nacionalidade portuguesa, tendo sido autorizado a fazer campanha depois de ter anunciado publicamente já estar na posse do documento oficial que atesta ter deixado de ser cidadão luso.
Kachiungo aposta nas autárquicas
Entretanto, no Domingo, o também candidato à presidência da UNITA, José Pedro Kachiungo, disse que vai preparar a UNITA para vencer as primeiras eleições autárquicas que terão lugar no próximo ano, caso seja eleito presidente do partido.
"A mudança que todos almejamos tem de ter uma motivação nobre e tem de estar a serviço da causa. A causa é fim maior. Vamos preparar a UNITA para vencer as eleições autárquicas", prometeu o candidato à presidência da UNITA quando apresentava aos militantes o seu manifesto eleitoral.
Segundo José Pedro Kachiungo, "o momento é de coesão e acção para a vitória. A UNITA precisa de um líder honesto e leal, um patriota que ama o partido, ama os seus irmãos e que se dedique plenamente a Angola", defendeu.
"O futuro de Angola vai passar pela energia da sua juventude, pela coragem e pela ousadia da sua juventude", referiu o candidato.
José Pedro Kachiungo defendeu, citado pela Lusa, que a juventude e os mais velhos devem saber equilibrar as energias, no sentido de "abrir um horizonte novo, já não base das militâncias partidárias, mas sim numa base forte de cidadania, em que tem que ser apurado o sentido patriótico".
"É assim que eu vejo Angola, é para aí que eu estou a apelar à UNITA, e sinto com muita satisfação, agrado, que a minha mensagem está a colher", referiu José Pedro Kachiungo, no lançamento da sua campanha à presidência do maior partido da oposição angolano, domingo, em Luanda.
O candidato, membro da direcção do partido e deputado à Assembleia Nacional, salientou que a sua mensagem "está aberta" e aceita a participação dos seus camaradas para engrandecer o projeto e a visão do partido.
"A candidatura vem das minhas próprias convicções, do entendimento que tenho da causa da UNITA, do respeito que tenho pela sua história e da visão que tenho para Angola no futuro", salientou José Pedro Kachiungo, acrescentando que se predispõe "a servir Angola e os angolanos na qualidade de presidente da UNITA para concretizar esta visão".
Numa quer responder a pergunta feita por Savimbi em 1983
No Sábado, o candidato Abílio Kamalata "Numa" abriu a sua campanha eleitoral na Lopitanga, município do Andulo, província do Bié, em homenagem ao líder fundador da UNITA, Jonas Savimbi, que nesta localidade repousam os seus restos mortais.
Numa afirmou querer apostar na formação de quadros e num projecto eficaz de controlo da votação para a liderança da UNITA, tendo criticado todos aqueles que estão a dizer que a sua candidatura preconiza o regresso da "guerra", lembrando que só pode fazer guerra quem tem Exércitos, e que a sua única guerra é garantir a lisura desta votação, porque acredita que será o sucessor de Isaías Samakuva na liderança do partido do "Galo Negro".
Para o candidato, sem a resposta à pergunta que Jonas Savimbi colocou ao partido em 1983 e 1986, que é qual a força real da maior força política da oposição angolana, "continuarão a ser feitas promessas aos angolanos sem a capacidade de cumprir com o prometido".
"Aqui está a chave do porquê da UNITA continuar ainda na oposição e também está a chave da fórmula de sucesso da vitória", acrescentou, citado pela Lusa.
De acordo com Abílio Kamalata Numa, sairá vencedor nesta eleição "só quem tiver competência em dar resposta a essa pergunta".
Uma resposta que, segundo Numa, está no seu "projeto de sociedade, no trabalho, na disciplina e na vontade política dos quadros do partido em mobilizar os grandes números" do povo.
O candidato promete "capacitar" os militantes do partido com a criação de uma escola superior de quadros, para uma formação inspirada no pensamento do líder fundador "num alinhamento com as melhores práticas nacionais e internacionais do mundo em geral e da África em particular, para uma nova ordem de cidadãos patriotas humanizados, trabalhadores e comprometidos com a paz".
Abílio Kamalata Numa promete ainda, entre outras questões ligadas à sociedade e à vida interna do partido, capacitar a UNITA para escrever a sua história antes do fim do mandato.
O candidato Adalberto da Costa Júnior esteve em campanha nas províncias do Huambo, Bié, Kwanza Sul e Kuando Kubango, enquanto Alcides Sakala esteve no Uíge e no Zaire.