Esta votação de Angola é coerente com a nota que o MIREX tinha divulgado já esta semana onde pede às partes que enveredem pela via do diálogo para terminar as hostilidades, deixa, no entanto, Luanda fora da esmagadora maioria de países que se vinculou à condenação da Rússia.

Após a votação, o secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou que a Assembleia Geral enviou uma mensagem "a alto e bom som: parem agora as hostilidades na Ucrânia, calem agora as vossas armas, abram agora a porta ao diálogo e à diplomacia".

Guterres, citado pela Lusa, referia-se à resolução aprovada hoje pela esmagadora maioria dos Estados-membros na Assembleia Geral das Nações Unidas - 141 dos 193 -- condenando a invasão russa da Ucrânia.

A resolução, lembra ainda a Lusa, aprovada na Assembleia geral da ONU "deplora" a agressão russa contra a Ucrânia, "exige" a Moscovo que ponha fim à ofensiva e retire imediatamente e incondicionalmente as suas tropas e "condena a decisão da Rússia de aumentar o alerta das suas forças nucleares".

Intitulada "Agressão contra a Ucrânia", a resolução apela ainda ao acesso sem entraves à ajuda humanitária e "lamenta o envolvimento da Bielorrússia" no ataque à Ucrânia.

A Assembleia Geral da ONU foi convocada para esta sessão de emergência, a primeira desde 1997, depois de não ter sido possível fazer passar uma resolução condenando a invasão russa da Ucrânia no Conselho de Segurança, onde a Rússia, como membro permanente, tem poder de veto.

A resolução teve apenas cinco votos contra (Rússia, Bielorrússia, Síria, Coreia do Norte e Eritreia) e 35 abstenções, incluindo as de Angola e Moçambique.

Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor Leste votaram a favor, como Portugal e Brasil, e os votos da Guiné-Bissau e Guiné Equatorial não ficaram registados.

O histórico recente desta crise no leste europeu pode ser revisitado nos links colocados em baixo, nesta página, inclusive as suas consequências económicas, como o impacto no negócio global do petróleo.