"Temos os limites geográficos do País, mas nós ainda não somos uma Nação angolana de todos (...). Nós não somos um só povo. Esta pode vir a ser uma Nação, mas que tem no seu seio muitas outras nações e povos, com as suas culturas, com a sua riqueza, com a sua tradição, com a sua história, que deve ser valorizada", afirmou Adalberto Costa Júnior (ACJ), para depois especificar a riqueza do povo do Nordeste de Angola e da cultura e tradições tshokwe.
Angola, segundo o líder da UNITA, precisa de mais diálogo, e "não pode ir a eleições com presos de consciência", uma referência ao Movimento Protectorado Lunda Tshokwe e à detenção do seu líder Zecamutchima e de alguns membros durante uma manifestação no Cafunfo onde morreram várias pessoas.
"Libertem os presos de consciência, ponham em liberdade os membros do protectorado e sentem-se com eles", declarou.
Apelando ao voto na UNITA e na alternância política, ACJ afirmou que quem tem governado o País não tem devolvido direitos aos cidadãos de Angola e que o partido que governa "ficou parado no tempo e não se preparou para a democracia".
"Temos um Governo que governa para o seu partido, que põe o partido acima do País e dos angolanos", continuou, para dizer que "há muita pobreza por causa disso".
Já a terminar o discurso, Adalberto Costa Júnior voltou a prometer eleições autárquicas e a alteração da Constituição para que a eleição do Presidente da República seja feita directamente pelos eleitores, fora das listas de partidos políticos.
Estão autorizados a concorrer às eleições gerais de 24 de Agosto os partidos MPLA, UNITA, PRS, FNLA, APN, PHA e P-NJANGO e a coligação CASA-CE.Do total de 14,399 milhões de eleitores esperados nas urnas, 22.560 são da diáspora, distribuídos por 25 cidades de 12 países de África, Europa e América.
A votação no exterior terá lugar em países como a África do Sul (Pretória, Cidade do Cabo e Joanesburgo), a Namíbia (Windhoek, Oshakati e Rundu) e a República Democrática do Congo (Kinshasa, Lubumbashi e Matadi).
Ainda no continente africano, poderão votar os angolanos residentes no Congo (Brazzaville, Dolisie e Ponta Negra) e na Zâmbia (Lusaka, Mongu, Solwezi).
A Comissão Nacional Eleitoral criou 13.238 assembleias de voto, constituídas por 26.443 mesas, no território nacional, enquanto que para a votação dos eleitores inscritos no estrangeiro foram criadas 26 assembleias de voto com 45 mesas de voto. Para este total de mesas de voto foram recrutados 105.952 membros.