A empresária Isabel dos Santos reagiu hoje à constituição de arguida, com mais quatro dos seus colaboradores portugueses, pela Procuradoria-Geral da República, com um veemente desmentido de todas as acusações.
Isabel dos Santos foi constituída arguida esta semana, tendo-se ficado a conhecer esse facto na quarta-feira, sob a acusação de branqueamento de capitais, corrupção, peculato e falsificação de documentos, crimes que pendem na forma de acusação também sobre os co-arguidos portugueses.
A filha do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, que está no centro de uma mega fuga de informação denominada Luanda Leaks com mais de 700 mil documentos com alegadas provas das ilegalidades que lhe terão permitido erguer um império bilionário nas últimas duas décadas, diz que sempre agiu dentro dos limites legais e que as transacções que foram reveladas pelas Luanda Leaks nada provam de ilegal porque foram aprovadas por advogados, bancos e reguladores.
Em nota que está a ser citada pela imprensa portuguesa, Isabel dos Santos responde pela primeira vez após a sua condição de arguida e quando o PGR angolano, Pitta Grós, está em Lisboa, para definir estratégias de colaboração com a justiça portuguesa "sobre muita coisa", como o próprio afirmou à chegada à capital portuguesa, Lisboa.
A par da empresária foram também constituídos arguidos os portugueses Mário Leite da Silva, gestor de Isabel dos Santos e presidente do Conselho de Administração do Banco de Fomento de Angola, de onde informou ter saído hoje, Sarju Raikundalia, ex-administrador financeiro da Sonangol, Paula Oliveira, amiga de Isabel dos Santos e administradora da NOS, tendo igualmente deixado o cargo já hoje, Nuno Ribeiro da Cunha, director do private banking do EuroBic em Lisboa, que foi encontrado morto na quarta-feira na sua casa em Lisboa, sendo as causas o suicídio, como mostram as evidências, segundo as autoridades, numa primeira abordagem.