O grupo parlamentar da UNITA, que esta terça-feira foi ao Prenda para se inteirar da situação dos moradores, disse que quer ser mediador entre os habitantes dos blocos em situação de iminente colapso e Governo, no sentido de encontrarem uma solução.
Estas declarações foram feitas nesta terça-feira, em Luanda, pela deputada Mihaela Weba, na visita efectuada por uma delegação de deputados da UNITA ao edifício, que visou constatar as condições em que os moradores se encontram e perspectivar um futuro realojamento.
Há mais de 40 dias que os moradores se acomodaram em casas de familiares e amigos, e, quando finalmente pensavam que sairiam destas condições, ao receber a informação que serão realojados no Mayé-Mayé, após uma visita feita ao local, os lesados recusam-se a mudar naquelas circunstâncias, dizendo que "é muito complicado tirar alguém do asfalto para uma terra bruta e sem condições básicas".
Pela baixa qualidade do meio social do Mayé-Mayé, segundo os moradores, sugerem que pelo menos fossem transferidos para a Centralidade do Kilamba, kk 5000, edifício da Cidade Desportiva, Vila Pacífica, Zango 8000 ou projecto Nova Vida.
Licínio Forte, um dos moradores do Lote-1, disse ao Novo Jornal que "já foi pedida uma audiência ao governador de Luanda, para pedir socorro", mas até hoje não foram atendidos: "Estamos a viver esta situação há mais de 40 dias e mesmo assim ainda não chegámos a um consenso".
"O gabinete do governador de Luanda havia dito que trataria do assunto como uma prioridade, mas fomos abandalhados e até agora os nossos pertences ainda estão no interior do edifício", acrescentou o morador.
Já Manuel Manzambi, outro morador, lamenta que o Estado não dê a devida atenção ao problema.
"Esta situação devia ser uma prioridade para o Estado, tem de haver mais sensibilidade, porque muitos que estão aqui são idosos e com vários problemas de saúde, não é o mais apropriado colocar-nos num lugar que não tem sequer hospitais", disse.
A deputa Mihaela Weba garantiu às vítimas que a UNITA vai pressionar no sentido de resolver esta situação.
"Nós ouvimos as vossas preocupações e vamos trabalhar para dar uma solução ao problema, pressionando as instituições do Estado para dar uma resposta concreta e clara", disse.