Em declarações aos jornalistas, após a cerimónia de tomada de posse enquanto membro do Conselho da República, uma inerência à condição de presidente da UNITA, lugar que retomou depois de Adalberto Costa Júnior deixar o cargo no decurso do Acordão 700/2021 do TC, Isaías Samakuva explicou que a preparação do conclave obedece a determinados requisitos que é preciso ver se é possível reunir.
O líder do maior partido da oposição explicou aos jornalistas que a Comissão Política, reunida na passada semana, perante o facto de algumas das exigências preparatórias do Congresso já estarem cumpridas no decurso do anterior pleito interno, entendeu que tal data é possível de respeitar para que o XIII Congresso Ordinário venha a ter lugar.
Sublinhou, no entanto, que o partido "espera que seja possível" cumprir essa data com a prática que tem na realização de congressos, com "dedicação" e empenho, deixando a informação de que, normalmente, esse processo de preparação leva quatro meses.
Nas suas curtas declarações aos jornalistas, Samakuva disse que, tendo em conta que parte do trabalho esta feito do pleito anterior, que a Comissão Política "achou que se pode, trabalhando afincadamente, fazer o Congresso nesse período de tempo, mais ou menos 40 dias".
"Agora, a prática o dirá", acrescentou o presidente da UNITA, adicionando que para isso se "exige trabalho, dedicação e empenho", concluindo dizendo: "esperemos que isso seja possível".
Recorde-se que o Acórdão do TC que afastou Adalberto Costa Júnior da liderança obrigou à reposição da estrutura que saiu do XII Congresso Ordinário de 2015, o que levou ao regresso inapelável de Samakuva à liderança da UNITA, tendo, posteriormente, este renomeado toda a estrutura nacional que tinha sido escolha do "anterior" líder.
Com estas palavras, Isaías Samakuva, apesar de sublinhar que o objectivo é realizar o conclave dentro do prazo indicado no comunicado final da reunião da Comissão Política da UNITA que teve lugar na quarta-feira passada, até 04 de Dezembro, abre a possibilidade de, por questões burocráticas, tal não suceder e é o presidente do partido que tem a competência estatutária de marcar a data definitiva.
Nestas declarações aos jornalistas, Samakuva disse que estava de regresso ao Conselho de República para trabalhar próximo do Presidente da República de modo a ajudar a unir o País.
"Esta responsabilidade (do cargo) leva-nos a trabalhar para a unidade nacional e a estar mais próximo do senhor Presidente da República", disse.
O líder do partido do "Galo Negro", que já tinha confirmado que pedira ao TC uma aclaração para diluir dúvidas sobre as suas competências neste regresso à liderança da UNITA, entre outras, ouviu hoje do Presidente da República, nas declarações que este proferiu após a sua tomada de posse, que desejava este tivesse chegado "para ficar" no Conselho da República, o que, a verificar-se o seu desejo, significaria que Isaias Samakuva será candidato no XIII Congresso Ordinário contra Adalberto Costa Júnior e ganha o pleito ou que a reunião máxima do partido não tem lugar nos tempos próximos.