Esta acusação do maior partido da oposição surge depois de os dois canais de TV terem, na segunda-feira, divulgado a decisão de boicotarem as actividades da UNITA por causa das agressões verbais a que foram sujeitos os seus jornalistas destacados para cobrir a manifestação realizada no passado Sábado, 11, em Luanda, para exigir eleições livres e justas.

Nessa manifestação, segundo acusação dos próprios, os profissionais da TPA e Zimbo foram verbalmente atacados pelos manifestantes, embora nesse mesmo momento o presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, como o Novo Jornal noticiou no momento, criticou severamente essas agressões, pediu que isso não se repetisse explicando aos largos milhares de apoiantes que a censura às actividades do partido, mote para os ataques verbais aos jornalistas, não é culpa destes mas sim das "ordens superiores".

A UNITA tem, ao longo dos anos, acusado os media estatais de, mesmo indo às actividades do partido, não passarem imagens desses momentos nem os noticiarem, sendo esta postura dos media públicos e privados próximos do poder um dos cavalos de batalha do partido do "Galo Negro".

Mas, depois da violência verbal exercida sobre os profissionais destes canais no passado Sábado, as direcções respectivas anunciaram que não voltariam a enviar equipas para cobrir as actividades partidárias da UNITA.

O que este partido sinaliza agora, em comunicado do seu Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política como a oficialização da censura no País que, até aqui, era exercida de forma informal.

Esta decisão, aponta o maior partido da oposição, vem "confirmar e oficializar a reiterada censura".

No mesmo documento, o partido do Galo Negro" critica severamente esta decisão, num momento em que a actividade política cresce na exacta proporção da aproximação do calendário eleitoral, com as eleições gerais de 2022 já a impor-se na estratégia das forças partidárias nacionais, sublinhando que não compete aos administradores da TPA decidir o alinhamento editorial dos seus serviços noticiosos da televisão pública.

O órgão executivo da UNITA afirma ainda que é chegado o momento dos dois canais de TV, que não são "concorrentes" do partido "reflectirem" sobre o seu comportamento à luz daquilo que diz ser "a reiterada prática panfletista e exclusivista contra a UNITA e o seu líder".

Sublinhado que o líder do partido criticou e condenou de imediato a actuação dos jovens que estiveram na manifestação de Sábado, notando que, embora seja normal a defesa dos seus colaboradores, isso não pode conduzir a uma oficialização da censura no País.