Rúben Buco avança que o paciente está estável e continua internado num centro de saúde, onde estava em isolamento.
Em declarações à TPA, o secretário provincial de Saúde de Cabinda, que garantiu que as medidas de prevenção foram intensificadas, declarou que o paciente se terá dirigido a uma unidade de saúde privada dois dias antes de dar entrada no hospital, onde lhe foi administrada uma injecção intramuscular, que terá causado uma reacção alérgica, "com coceira e concomitantemente a formação das manchas bolhosas".
A nova estirpe do vírus Mpox (varíoda dos macacos) foi declarada como "emergência de saúde pública global" pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
O Ministério da Saúde angolano reactivou, no início de Julho, o Plano Nacional de Contingência para dar resposta rápida a eventuais casos de "varíola dos macacos", devido à fronteira com a RDC.
Segundo o MINSA, este plano, cujo desígnio é detectar precocemente a doença, confirmar casos suspeitos, identificar contactos, avaliar e monitorizar a propagação e evolução da epidemia, para além da eficácia das medidas de controlo, já está em execução.
O Ministério da Saúde garantiu que Angola não registou até ao momento casos confirmados da doença causada por um vírus transmitido aos seres humanos, a partir de macacos e roedores, que se manifesta através de febre, dor de cabeça, fadiga, dor muscular, íngua, erupções cutâneas generalizadas (lesões na pele). O período de incubação da doença varia entre cinco a 21 dias.
Contactado pelo Novo Jornal, o Ministério garante estar a acompanhar a evolução da doença nos países vizinhos, recomendando várias medidas preventivas, como lavar frequentemente as mãos com água e sabão ou desinfectar com álcool gel, não caçar, nem comer a carne de macacos e roedores (ratos, camundongos e esquilos), e evitar a exposição directa com a carne e sangue destes animais. Recomenda também que seja evitado o contacto físico com pessoas que apresentem os sinais ou sintomas da doença.
A restrição abrange os materiais e utensílios usados por pessoas com sinais ou sintomas da doença, entre os quais vestuário, roupas de cama, toalhas, pratos, copos e talheres. Recomenda igualmente o uso de luvas e roupas apropriadas durante o manuseio dos animais, inclusive no procedimento de abate.
O MINSA pede ainda aos cidadãos que, no caso de alguns dos sintomas desta doença, procurem imediatamente a unidade de saúde mais próxima. Esta nova estirpe, denominada "clade 1b", foi detectada na República Democrática do Congo em Setembro de 2023 e mais tarde foram reportados casos em vários países vizinhos.
Segundo a OMS, esta doença é mais grave do que a anterior e daí a necessidade de classificar como uma emergência mundial. A nova variante pode ser, além disso, facilmente transmitida por contacto próximo entre dois indivíduos, sem necessidade de contacto sexual, e é considerada mais perigosa do que a variante de 2022.
Em 2022, a OMS declarou o mpox como emergência global depois de se ter espalhado para mais de 70 países que não tinham qualquer historial de contacto com o vírus até então, tendo afetado sobretudo homens homossexuais e bissexuais. Antes disso, a doença foi sobretudo detetada em surtos ocasionais na África central e ocidental quando as pessoas entravam em contacto com animais selvagens infetados.
Os países ocidentais contiveram o surto e a disseminação do vírus com a ajuda de vacinas e tratamento aos quais África praticamente não tem acesso.
A OMS está a pedir aos fabricantes de vacinas que apresentem dados que garantam que as vacinas são seguras, eficazes, de qualidade assegurada e adequadas para as populações-alvo.
As autoridades congolesas solicitaram quatro milhões de vacinas contra o mpox, para inocular sobretudo crianças e jovens até aos 18 anos e os Estados Unidos e o Japão posicionaram-se para serem os fornecedores dessas vacinas à RDC, segundo adiantou à AP Cris Kacita Osako, do comité de resposta ao mpox neste país.