Cerca de 100 trabalhadores da Bauxite Angola, empresa com participações da SONANGOL, solicitam ao Presidente da República "uma intervenção séria" para se pôr fim aos sete anos de não-pagamento dos salários.

Ao Novo Jornal, os queixosos alertam que João Lourenço pode estar a ser "enganado", visto que o Chefe de Estado já teria, supostamente, baixado ordens para a resolução deste pendente, com alegada autorização das despesas inerentes a remunerações e indemnizações.

"É uma empresa que precisa de ser muito bem investigada, porque tudo indica que foi criada para branqueamento de capitais ou lavagem de dinheiro", acusam os trabalhadores, antes de ressaltarem que, "pelos valores que já passaram pela estrutura, os funcionários deveriam estar hoje a sorrir, ao invés de estarem a mendigar".

"Angola já meteu muito dinheiro nisso", atiram, antes de ressaltarem que, nos anos áureos da empresa, os seus escritórios eram frequentados por "muita gente ligada ao Executivo".

Os funcionários não quantificam o valor global da dívida, mas adiantam que os "kilápis" não se prendem apenas a salários, mas também os subsídios de férias e de Natal, além de dívidas para com a segurança social. Por exemplo, tendo em conta que os salários, que não são pagos desde 2014, são «taxados» em dólares, variando em kwanza conforme as mudanças do câmbio oficial, só a um único jardineiro, que é o profissional com o salário mais baixo de toda a estrutura (300 USD), a Bauxite Angola deve um total de 25.200 dólares, quase 14 milhões de kwanzas, segundo câmbio de última quarta-feira, 15.

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