Mediante um ofício de sete páginas, enviado ao presidente do CSMJ, e a que o Novo Jornal teve acesso, o jurista solicitou a abertura de um processo de responsabilização disciplinar contra a juíza, alegando que a magistrada utilizou expressões ofensivas e inadequadas durante uma audiência, decorridas 24 horas sobre a notícia do Novo Jornal, que dava conta que a juíza se mostrou indignada com os testemunhos de Norberto Garcia e Carlos Feijó, que acusou de serem arrogantes.

Segundo Carlos Feijó, o comportamento da magistrada não constitui um episódio isolado, sendo descrito como parte de um padrão de actuação que, pela sua repetição, coloca em risco a autoridade moral e institucional da Justiça.

Conforme o professor catedrático, as expressões depreciativas e juridicamente irrelevantes proferidas pela juíza violam regras de ética judicial e rompem com os deveres de imparcialidade, sobriedade e neutralidade exigidas pelo Estatuto dos Magistrados Judiciais e pelo Código de Processo Civil.

O jurista afirma que permitir que práticas deste tipo persistam representa uma ameaça à estabilidade institucional, à confiança dos cidadãos no sistema judicial e ao prestígio da função jurisdicional, tornando imperativa a actuação dos mecanismos disciplinares competentes.

Importa referir que a juíza do Tribunal Supremo, Ana Bela Valente, disse durante a leitura do acórdão, que Carlos Feijó se mostrou arrogante ao responder às perguntas que o tribunal fazia para a descoberta da verdade.

Segundo a juíza, Carlos Feijó teve um comportamento arrogante que "confundiu a sala de audiências com uma sala de aulas", quando foi ouvido em julgamento.

Ana Bela Valente assegurou que as declarações de Carlos Feijó, enquanto responsável do escritório que abriu a empresa CIF- Angola, não foram as iguais às que proferiu na fase da instrução preparatória.

"As declarações prestadas em fase de instrução mostram-se mais credíveis do que as que prestou em sala de audiência. A testemunha, num claro apoio aos arguidos, mostrou-se arrogante por ter sido, segundo ele, o criador da Lei de Terras, da Constituição da República de Angola e da Zona Fundiária do Estado", contou a juíza.

Conforme Ana Bela Valente, Carlos Feijó colocou a sala de audiência numa posição de sala de aulas, facto que o jurista diz ser um a ofensa, por isso pede responsabilização da juíza.