A rede é acusada dos crimes de exploração ilícita de jogos, associação criminosa, coação a prática de jogos, pornografia infantil, jogos fraudulentos, branqueamento de capitais e retenção de moeda.
A acusação diz que os acusados arrendaram em Talatona uma unidade hoteleira onde pagaram por um ano 20 milhões kz para o uso deste espaço para actividades ilícitas de jogos online.
Os detidos recrutavam cidadãos nacionais e estrangeiros para trabalharem no mesmo hotel.
A acusação diz que a rede pagava aos cidadãos estrangeiros as despesas de deslocação até Angola, onde alojavam as pessoas na unidade hoteleira arrendada, retendo os seus passaportes e telefones, para que essas pessoas trabalhassem forçadamente sem possibilidade de abandonar o país.
Neste espaço, os trabalhadores recrutados foram formados e aprenderam táticas de enganar clientes mediante jogos online.
Segundo a acusação, os acusados lideravam uma rede de pornografia infantil onde cobravam valores para cada criança exposta.
A acusação conta que foram encontrados no local documentos, 40 milhões kz, mais de 15 mil dólares, 232 computadores e 229 telemóveis diversos, pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), que desmantelou a rede e deteve os implicados, que também contratavam jovens atraentes do Brasil, China e Europa.
Conforme a acusação, os envolvidos contrataram vários influenciadores digitais para enganarem pessoas a jogarem.
Os arguidos, segundo o Ministério Público (MP), inviabilizavam e ameaçam de morte sempre que um utilizador ganhasse o jogo e muitas vezes o vencedor não conseguia fazer o saque dos valores ganhos.
Segundo a acusação, os acusados estão unidos e não querem identificar os outros membros da rede criminosa em Angola.
O MP realça que os 50 arguidos chineses, em julgamento, e que se encontram em prisão preventiva desde Agosto de 2024, são réus-confessos, tendo assumido a participação nos crimes que são acusados.
Em Agosto do ano passado, a Embaixada da China em Angola assegurou ao Novo Jornal que tem vindo a recomendar a todos os cidadãos e empresas chinesas em Angola que desenvolvam as suas actividades comerciais segundo a lei angolana, garantindo que apoia as autoridades policiais e judicias, defendendo que punam e responsabilizem todos os seus cidadãos que cometerem ilegalidades no país.