Estes números deixaram impressionada a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, que fez uma visita a esta unidade hospitalar naval na tarde de quarta-feira, onde constatou que os cuidados prestados pela unidade naval de saúde nem sempre estão disponíveis nas unidades de saúde do país.
Apesar do número elevado de pessoas que procuraram resolver os seus problemas de saúde através desta oportunidade criada pela unidade naval da Marinha do Exército de Libertação Popular da China, as filas com centenas de pessoas, na sua maioria mulheres, foram sempre longas e continuadas.
Vários dos pacientes que aguardavam a sua vez para serem atendidos admitiram ao Novo Jornal Online que procuraram este navio hospital chinês porque os hospitais do país não têm ou quando têm os serviços ali prestados, são financeiramente incomportáveis para quem tem menos posses.
Segundo a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, que falava aos jornalistas durante a visita que efectuou no navio hospital "Arca da Paz", o número dos pacientes atendidos surpreenderam as autoridades angolanas.
Entre os mais de 5 500 pacientes atendidos foram realizados 14 cirurgias, sendo sete de cancro da mama, registou-se igualmente 13 doentes hospitalizados que tiveram de ser reencaminhados de emergência para o Hospital Geral de Luanda.
Para além dos cuidados prestados directamente aos pacientes, ocorreu ainda um intercâmbio académico com profissionais de saúde do Hospital Geral de Luanda, do Hospital da Marinha de Guerra angolana e do Instituto Confúcio da Universidade Agostinho Neto.
Segundo Sílvia Lutucuta, esta prestação do domínio da saúde veio a calhar em Angola, porque o número de pacientes que procuraram assistência médica e medicamentosa a este navio é além do esperado.
"Ficamos impressionados com os números de pacientes que procuraram estes serviços. Creio que não era essa a meta que pensávamos, mas felizmente eles foram capazes de atender até ao momento mais de 5 500 pessoas", explicou, sublinhando que a meta do executivo é melhorar os serviços de saúde a nível nacional.
"São muitos utentes a procuraram os serviços de saúde até o momento neste navio. Com a sua presença no nosso país, creio que podem-se abrir portas de parceria para ajudar a melhorar o nosso sistema de saúde", afirmou.
A Hipertensão arterial, o cancro da mama, as doenças oftalmológicas, a malária e a febre tifóide foram até ao momento as patologias com diagnósticos em maior número.
O Navio Hospital deixa a cidade de Luanda hoje.
A equipa de 115 médicos, enfermeiros e técnicos diversos que constituem a equipa que navega no "Peace Ark", ou Arca da Paz, em português, navio com 178 metros onde cabem salas de raios x, uma unidade de cuidados intensivos com 20 camas, salas para exames ginecológicos, serviços dentários e até de medicina tradicional chinesa, além de um helicóptero para evacuação, vai continuar a sua missão no continente africano, estando previstas no mapa de viagem paragens em países como Moçambique ou a Tanzânia.
Só entre 2010 e 2015, em missões na Ásia, África, Américas e Oceânia, o "Peace Ark" prestou serviços médicos e de apoio humanitário a 120.000 pessoas, em 29 países.