Os familiares dos pais da independência de Angola, Agostinho Neto, Holden Roberto e Jonas Savimbi, estão na peugada que os seus entes queridos interromperam.

Os partidos históricos que estiveram envolvidos na luta de libertação, o MPLA, a UNITA e a FNLA, não esqueceram os rebentos dos líderes fundadores e hoje quase todos participam na vida política, ocupando cargos de direcção nas estruturas partidárias e alguns deles, funções em órgãos de soberania.

Irene Alexandra da Silva Neto, filha do primeiro Presidente de Angola, Agostinho Neto, é presidente da 7.ª Comissão da Assembleia Nacional, que se responsabiliza pelos assuntos relacionados com a saúde, ambiente, acção social, emprego, antigos combatentes, família, infância e promoção da mulher.

A médica de formação e deputada é respeitada pelas preocupações que demonstra ter pelos antigos combatentes e veteranos da pátria, juventude, ambiente, saúde, emprego e infância. Segundo ela, todos estes sectores "vão continuar a merecer atenção, para que tenham todos os benefícios previstos pela lei".

A outra filha do primeiro Presidente de Angola, Leda, é funcionária sénior do Banco Nacional de Angola, ao passo que Mário Jorge, o terceiro filho de Agostinho Neto, não faz política. A antiga secretária-geral da OMA, Ruth Neto (irmã) está reformada e José Agostinho Neto (irmão) continua na carreira diplomática.

"O Governo angolano jamais esquecerá a família do grande líder", disse ao Novo Jornal um membro do Bureau Político do MPLA.

Na UNITA também há sucessores do fundador. Rafael Massanga, filho de Jonas Savimbi, é o actual secretário-geral adjunto da UNITA, cargo que ocupa desde o último congresso.

Quando foi eleito, os militantes do maior partido da oposição, abordados à margem da reunião do Comité Permanente, consideraram que chegou a hora de esta formação política ser dirigida por uma figura jovem e com aceitação na base.

Muitos defenderam que o filho do presidente fundador do «Galo Negro», Rafael Massanga Savimbi, era o candidato ideal à sucessão de Isaías Samakuva. Um outro filho do malogrado Jonas Savimbi, Tau Kanganjo Savimbi, desempenha as funções de secretário adjunto para as relações internacionais da UNITA.

Na direcção do maior partido na oposição estão ainda dois sobrinhos, Araújo Cachique, que é o secretário do património do partido, enquanto Esteves Beteatela é o secretário de combate à criminalidade do "Governo Sombra" da UNITA.

Carlitos Roberto, filho de Holden Roberto, foi eleito deputado à Assembleia Nacional nas eleições gerais de 2008. Está na política, mas espera que o partido dos «irmãos» se reconcilie o mais "rápido possível".

Diante da actual situação em que se encontra a organização partidária, o filho do líder fundador da FNLA não cessa de lançar apelos de unidade aos dirigentes partidários, Ngola Kabango e Lucas Ngonda, que reclamam a liderança da formação política. Carlitos Roberto lembra, com tristeza, o papel de Lucas Ngonda nas eleições de 2008, quando apelou ao povo angolano para não votar na FNLA, quando tinha Kabango na liderança. Segundo ele, se esta crise continuar, além dos eleitores tradicionais que estão ligados por laços históricos, o partido terá cada vez menos apoiantes, porque uns abandonam e outros morrem devido à idade avançada.

"Como o partido pensa convencer os potenciais eleitores jovens, que têm 18 anos e mais, a faixa etária com o maior número de população no país e que devia ser conquistada, sobretudo em 2017, ano das eleições gerais?", questionou.

(Pode ler este Dossier do Novo Jornal completo na edição nº 457, nas bancas, ou em versão digital, que pode pagar via Multicaixa)