Após sucessivas prorrogações, a Polícia Nacional (PN) deu, finalmente, o "tiro de largada" para a recolha coerciva das armas de guerra em posse das empresas de segurança privadas e sistemas de autoprotecção. Em contrapartida, a operação já começa a dar sinais de ser apenas mais um tiro que vai sair pela culatra, pelo que mostram os números das autoridades policiais a que o Novo Jornal teve acesso.

Transcorrida mais da metade do período de 15 dias previsto para a operação (18 de Fevereiro a 5 de Março), a PN só conseguiu recolher cerca de três mil das velhas AK-74 (Kalashnikov) das 40.494 que estão nas mãos dos agentes destas empresas, ou seja, só sete em cada 100 armas.

A Polícia não explica os motivos da baixa taxa de recolha, mas garante que o processo está a decorrer "dentro da normalidade" e considera "aceitável" o número de armas já recolhidas.

As empresas acusam a PN de abuso de poder e de não cumprir com a calendarização previamente acordada para o desarmamento. Ao NJ, o presidente da Liga Nacional das Empresas de Segurança e Sistema de Autoprotecção (LNESSAP), Sebastião Dala, afirma terem sido surpreendidos com a medida, uma vez que o acordado era que a recolha aconteceria em duas fases. Na primeira, o foco seria a recolha das armas dos postos sensíveis, como cantinas, farmácias, hospitais, clínicas e centros de saúde, desportivos, instituições escolares e religiosas, entre outros. Já na segunda, ainda sem data definida, ocorreria a retirada em postos mais estratégicos e de valores.

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