Inicialmente, o julgamento desta rede criminosa estava agendado para 18 de Setembro, mas foi adiado para esta segunda-feira por falta interprete de mandariam, na altura, para os 11 arguidos chineses arrolados no processo.
Na data do adiamento, o tribunal solicitou auxílio ao Ministério das Relações Exteriores (MIREX) e do Serviço de Investigação Criminal (SIC) para a procura de intérpretes para este julgamento, que deve começar caso se tenham encontrado os intérpretes.
Segundo a acusação, a rede era composta por 23 cidadãos angolanos, 11 de nacionalidade chinesa e um ugandês, acusados dos crimes de prática ilícita de jogos, coação à prática de jogo e jogo fraudulento, falsidade informática, associação criminosa, branqueamento de capitais, retenção de moeda, fraude fiscal qualificada e obstrução à justiça.
O esquema visava extorquir, burlar e obter dados de cidadãos brasileiros e portugueses via phishing.
O Hotel Diamond Black, localizado no bairro Kifica, no Benfica, era o centro da operação criminosa.
Segundo a acusação, o estabelecimento arrendado foi usado para actividades ilícitas dissimuladas de oficina auto.
As actividades de jogos eram direccionadas a cidadãos brasileiros, que eram persuadidos a aderir a uma plataforma de jogos designada por LNBet, mediante a promessa de recebimento de bónus em dinheiro pela adesão.
As manobras eram realizadas em várias salas que compõem o hotel, sendo que os ardis (estratagemas usados para enganar, iludir ou obter vantagem) eram utilizados pelos trabalhadores do esquema gerido pelos cidadãos chineses e ugandês.
Numa das salas, os burlões "recorriam à inteligência artificial para mudar os rostos das funcionárias da empresa para as tornar mais atraentes durante a interacção em vídeo-chamadas, sobretudo com cidadãos portugueses, que aceitavam amizades no Facebook.