Os manifestantes deixaram ainda como mensagem que as ruas de Luanda e das restantes cidades do País serão, a partir de agora, os locais centrais para os jovens angolanos revindicarem os seus direitos.
"Não chegamos ao Largo da Independência como prevíamos, porque a Polícia Nacional reprimiu a nossa marcha pacífica", disse ao Novo Jornal o activista Dito Dalí, enfatizando ainda que a mensagem de descontentamento chegou aos ouvidos das autoridades governamentais.
"Esta manifestação foi mais longa que a de 24 de Outubro. Vimos efectivos da Polícia Nacional cansados e uns a sugerirem aos seus chefes que o diálogo é o caminho a seguir para a resolução dos problemas da juventude", acrescentou.
"Não vamos parar, as ruas de Luanda, Benguela, Huambo, Lundas ... Cunene e Bié serão transformadas nos nossos escritórios até que o Executivo minimize os problemas que afligem a juventude", acrescentou.
Lamentou que para além de dezenas de detenções, os activistas Manuel Nito Alves e Laurinda Gouveia tenham ficado feridos durante confrontos entre manifestantes e polícias tendo sido levados de imediato para uma unidade hospitalar de Luanda.
"Mesmo com as restrições de circulação rodoviária que se verificaram nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira, 11, com a Polícia a interpelar cidadãos e fazendo revistas, conseguimos atingir o nosso objectivo", notou Dito Dalí.
O activista lembrou que o Governo Provincial de Luanda proibiu a realização desta manifestação invocando diversos motivos, um dos quais o não cumprimento do Decreto Presidencial sobre o estado de calamidade pública que impede ajuntamentos de mais de cinco pessoas nas ruas, devido à pandemia da Covid-19.
Na manifestação, uma nota positiva foi para os efectivos da Polícia Nacional que não interferiram na cobertura da manifestação por parte dos órgãos de comunicação social.