Desde 01 de Junho que nenhum saco plástico é tolerado na Tanzânia, seja importado ou produzido localmente, na venda e no uso em compras nos mercados, constituindo-se no 34º país, entre os 54 do continente africano, que estão a dar passos significativos para banir a sua utilização no dia-a-dia.

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUA) refere que já há 34 países em África que deram início ao processo de banir o uso de sacos de plástico para acabar com esta "peste" nos oceanos e rios do mundo, como é disso bom exemplo os cursos de água que atravessam a capital angolana, Luanda, que estão repletos de objectos e sacos de plástico e que, com as chuvas, acabam por ir parar ao mar.

O Governo de Dodoma foi bem claro ao anunciar esta proibição, garantido que não haverá quaisquer adiamentos da total aplicação da lei e não serão tolerados abusos, inclusive aos turistas que chegam ao país que passam a estar obrigados a entregar todos os sacos plástico que eventualmente tenham consigo.

"O Governo pretende contribuir para a protecção global do ambiente mas muito especialmente para manter o país limpo e bonito", disse a vice-Presidente do país Samia Suluhu Hassan, que considera os amontoados de lixo nas cidades e localidades do país como um entrave ao turismo.

Quem comprometer este esforço usando ou importando sacos de plástico, como supermercados, ou outro tipo de utilizadores recorrentes de embalagens de plástico, está sujeito a uma multa de mil milhões de shillings (cerca de 420 mil dólares) ou penas de prisão até 2 anos.

Já quem usar sacos plástico, por exemplo, na ida às compras (clientes), está sujeito a multa que pode ir até 90 dólares e uma semana de cadeia.

Em Angola não existe qualquer limite ao uso de sacos de plástico, como é disso exemplo as toneladas destes que enchem as valas de água que atravessam a cidade de Luanda, ou outras, ou ainda nas praias sempre que chove com mais abundância, embora existam taxas aplicadas sobre o uso de materiais não degradáveis.

Sobre esta questão, já hoje, na abertura do primeiro I Conselho Consultivo Alargado 2019 do ministério do Ambiente, que decorre sob o lema "A integração ambiental e o desenvolvimento sustentável na municipalização", a ministra Paula Francisco considerou urgente que se reduza o depósito de plástico no meio ambiente.

A governante, citada pela Angop, sublinhou igualmente que estão em curso medidas que visam a inibição paulatina na utilização do plástico em todo o país - embora não tenham sido referidas quais - e lembrou que no domínio da reciclagem estão a ser recadrastadas as empresas de reciclagem, processo que já permitiu a inscrição de 37 instituições

Mas no mundo já há 127 países com programas concretos ou legislação dirigida aprovada que pune o uso de sacos e outros invólucros em plástico, sendo que 91 baniram totalmente o seu uso ou têm restrições severas, sendo que destes 34 estão em África, com o Ruanda a ocupar o lugar do melhor exemplo desta prática, que foi imposta há 10 anos.

Um dos problemas que enfrentam os países que iniciam este processo, normalmente aqueles que têm melhores níveis de educação, é que os países vizinhos onde tal limitação não existe, continuam a enviar sacos para ali, ou ainda quando existe uma indústria local de produção de sacos de plástico e o seu fim exige a extinção de postos de trabalho.

As imagens de ilhas gigantes feitas de milhões de pequenos e grandes objectos de plástico no meio do oceano Pacífico (na foto), formadas pelas correntes marítimas, que são as maiores do mundo, mas que se replicam também no Atlântico e no Índico, são um bom exemplo da urgência de avançar para estas medidas.

As Nações Unidas estimam que em 2050 os oceanos terão mais lixo que peixes em peso bruto.

Entre as aves marinhas, os plásticos, que muitos se confundem com alimentos, estão entre as prinicpais causas de morte, por ingestão ou por se constituírem em armadilhas, tal como sucede com tartarugas, pinguins e focas, especialmente as redes de pesca abandonadas.

A sua degração em ambiente natural pode levar mais de 100 anos, o que é uma garantia de acumulação destes resíduos em cada vez maior dimensão.