O responsável da IURD em Angola assegurou que orientou os pastores a apenas receber ofertas em dinheiro e não bens materiais e que os pastores não tinham qualquer influência na decisão das ofertas por parte dos fiéis.

Questionado se a igreja avaliava as condições financeiras dos fiéis, Honorilton Goncalves respondeu que os pastores não o faziam pois "era impossível dado o número elevado de crentes".

Perguntado pelo juiz presidente da sessão, Tutti António, se teve conhecimento de que a IURD recebia outras doações como casas, carros, terrenos e outros bens que não dinheiro, respondeu não saber por não ter acesso a essas informações.

"Todo o dinheiro que entra, vai parar às contas bancárias da igreja e eu não sou assinante de nenhuma conta", explicou o bispo, acrescentando que, apesar de líder máximo da igreja, não tinha o poder decisivo.

Instado a esclarecer se existiam pastores que subvertiam as normas da igreja para coagir crentes a fazerem doações disse que "assim como houve discípulos de cristo que não obedeceram à lei, há também pastores a fazerem o mesmo".

Quanto à "fogueira santa", o arguido disse que a Igreja Universal do Reino de Deus a realiza com o objectivo "de fazer as pessoas terem uma transformação em todas as áreas da vida e não oferecerem somas de dinheiro, como refere acusação".

"A fogueira santa surgiu para aqueles que crêem que nada é impossível. O seu propósito é salvar as almas", argumentou.

Honorilton Gonçalves disse ao tribunal que mantinha contacto com o bispo máximo da igreja, Edir Macedo, e que este nunca o orientou a coagir qualquer fiel nem a extorquir ninguém, tal como vem sendo acusado.

No banco dos réus estão sentados, para além de Honorilton Gonçalves, os pastores Miguel Ferraz, Belo Kifua e Fernando Henriques Teixeira, todos acusados dos crimes de associação criminosa, branqueamento de capitais e burla por defraudação.

De realçar que as sessões de julgamento dos bispos e pastores da IURD estão a ser fortemente acompanhadas por medidas de segurança policial.