Esta terça-feira, 11, o tribunal vai ouvir em audiência duas altas figuras militares, os generais Eusébio de Brito Teixeira, antigo governador provincial do Kuando Kubango, e Mateus Júnior de Carvalho "Dylangue", ex- comandante da Unidade Especial de Desminagem da Casa de Segurança do Presidente da República, sabe o Novo Jornal.
Ainda esta semana, segundo apurou o Novo Jornal junto de fontes do tribunal, outras figuras de peso do círculo restrito do poder presidencial, paralela às Forças Armadas Angolanas (FAA), vão ser ouvidos em tribunal. Tratam-se dos generais, Hélder Vieira Dias Júnior "Kopelipa" e Sequeira João Lourenço, irmão do Presidente da República João Lourenço.
Vão também ser ouvidos como testemunhas, esta semana em tribunal, os deputados Higino Carneiro e Pedro Mutindi, assim como os antigos vice-governadores do Kuando Kubango e de Cabinda, para as Áreas Técnicas e Infra-estruturas, Bento Francisco Xavier e Joaquim Dumba Malichi, respectivamente.
Manuel Franessa e José Ernesto da Silva, duas altas figuras do partido MPLA, na província do Kuando kubango, também serão ouvidas.
De recordar que no passado dia 02 de Setembro, o ex- comandante da UGP, ligado ao batalhão de transporte rodoviário, da Casa de Segurança da Presidência da República no Kuando Kubango, coronel Manuel Correia, disse em tribunal, durante o seu interrogatório, que os batalhões ditos "fantasma" eram dos generais Eusébio de Brito Teixeira e António Mateus Júnior de Carvalho "Dylangue", sob conhecimento do general Manuel Hélder Vieira Dias Júnior "Kopelipa", e que estes generais recebiam o dinheiro em malas.
Segundo o coronel arguido, que se encontra em prisão preventiva, Eusébio de Brito Teixeira e António Mateus Júnior de Carvalho "Dylangue" eram os dois generais a quem ele próprio entregou pessoalmente malas de dinheiros, em bombas de combustível e em restaurantes, com o excedente salarial da UGP do Kuando Kubango.
Em tribunal, Manuel Correia disse que Pedro Lussaty o tinha abordado na Casa de Segurança do PR e le mostrou um papel assinado pelo general Hélder Vieira Dias Júnior "Kopelipa", então ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do PR, indicando que teria que fazer entrega mensalmente em malas 22 milhões de kwanzas ao major, em mão.
Em acareação com o coronel Manuel Correia, Pedro Lussaty disse que o coronel e acusação pretendem colocá-lo mal com os seus superiores, os generais "Kopelipa", e Eusébio de Brito Teixeira.
Pedro Lussaty negou também, em tribunal, conhecer o coronel Manuel Correia e 98 por cento dos demais co-arguidos arrolados no processo. O julgamento do conhecido "caso Luassaty" já decorre há mais de dois meses, no Centro de Convenções de Talatona.
Os arguidos são acusados de crimes de peculato, associação criminosa, recebimento indevido de vantagens, participação económica em negócios e abuso de poder e também de fraude no transporte ou transferência de moeda para o exterior do País, comércio ilegal de moeda, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e de falsa identidade.