O Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola (UCAN) estima que a pobreza monetária atinja uma taxa que ronde os 49,8% até 2023, ou seja, que a população pobre seja de quase 17 milhões de pessoas, num ano em que o Instituto Nacional de Estatística (INE) estima que a população no País cresça acima dos 34 milhões de habitantes.
O Relatório Social de Angola 2019/2020 do CEIC aponta que a pobreza no País vai agravar-se até 2025 e que ainda vai durar "muito tempo" com perdas sociais anexadas relevantes e inviabilizadoras do vencimento do seu ciclo vicioso.
"Não será apenas na criação de novos postos líquidos de trabalho que se encontrarão vias de ultrapassagem deste fenómeno, que anualmente cria série de descontentes e despersonalizados para quem a única via de sobrevivência é a indigência", lê-se no documento apresentado recentemente.
De acordo com o CEIC, a taxa de pobreza no País tem vindo a crescer todos os anos, passando, por exemplo, de mais de 12 milhões de pessoas (41,7%) em 2019 para mais de 16 milhões (49,4%), em 2022. Estima-se que esse número aumente para 49,8% no próximo ano. Numericamente, o número de pobres em Angola cresceu quase quatro milhões nos últimos quatro anos, uma média de um milhão de novos pobres por ano. Em 2023, o número poderá subir para quase 17 milhões.
O relatório aponta, igualmente, que o combate definitivo contra a pobreza só tem três caminhos: económico, geração de emprego e valorização do capital social na posse dos pobres (educação e formação profissional ajudam a melhorar os salários e, por esta via, diminuir a pobreza monetária). Ou seja, criação de emprego qualificado, associado a bons índices de produtividade, viabilizadores da prática de altos salários.
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