Com este estudo, a vacina made in Rússia, uma das mais contestadas e postas em causa entre aquelas que já estão em uso, surge como a nova ferramenta disponível para o mundo combater a pandemia da Covid-19, sendo ainda mais relevante o facto de se tratar de um fármaco mais barato que os demais e menos exigente em matéria de armazenamento.

Os investigadores responsáveis pelo estudo divulgado pela The Lancet, uma das mais antigas e credíveis actualmente editadas, retiraram as suas conclusões da análise de dados que envolveram 20 mil pessoas, reafirmando aquilo que as autoridades russas tinham vindo a garantir, que a Sputnik V tem todas as características de uma vacina eficaz e disponível a custos moderados e de fácil uso nos países menos apetrechados tecnologicamente, sendo ainda indicada para pessoas com mais de 60 anos.

No entanto, estão ainda em fase de preparação novas abordagens, com mais pessoas, pelo menos 40 mil, de forma a verificar a sua eficácia em menores de 18 anos ou até que ponto uma única dose confere um grau razoável de protecção face ao Sarc Cov-2.

Recorde-se que a Sputnik V, uma das primeiras a ser considerada apta para uso alargado, foi fortemente criticada pela falta de transparência no seu processo de validação pelas autoridades nacionais russas, bem coo por ter queimado etapas consideradas fundamentais pela ciência.

Ou seja, apesar das dúvidas, esta revista científica deixa claro que as duas doses da vacina conferem uma protecção de 91,6%, superior inclusive às actualmente em uso, como as da Pfizer/BionTech, da Moderna ou da AstraZeneca/Oxford, esbatendo, ou mesmo anulando por completo, a resistência que alguns países mostram em recorrer a este fármaco.

Esta vacina recorrer ao método tradicional de produção, modificando geneticamente o vírus, fragilizando-o para que o sistema imunitário humano o possa combater com eficácia, o que permite a sua distribuição sem as exigências técnicas das da Pfizer e da Moderna, nomeadamente em matéria de temperatura.

Apesar das dúvidas, a vacina russa já está registada e aprovada para uso em cerca de duas dezenas de países, incluindo a Argentina, a Sérvia, a Venezuela, Tunísia, Argélia, Hungria, Bolívia ou nos Emirados Árabes Unidos...

Com este estudo, hoje divulgado pela The Lancet, é seguro que a lista de países que vão recorrer ao fármaco russo vai aumentar de forma significativa, tendo em conta que se trata de uma vacina barata e tão ou mais eficaz que as restantes.

Outra das vantagens é que esta vacina não esteve nos radares das grandes potências económicas na corrida vertiginosa pelsa aquisição de milhões de doses às outras vacinas já aprovadas e produzidas por laboratórios ocidentais, europeus e norte-americanos.