Através de um comunicado ontem divulgado, a FESA nega qualquer envolvimento na obra do mercado abastecedor de Luanda, que deveria ter sido executada pela empresa pública espanhola Mercasa, em parceria com firmas privadas.
O projecto, que nunca viu a luz do dia, acabou por se tornar alvo de uma investigação judicial em Espanha, por suspeitas de corrupção, branqueamento de capitais e organização criminosa.
Segundo os investigadores, que querem saber se esse contrato foi sobrefacturado e se implicou o pagamento de comissões ilegais, vários emails recolhidos durante a operação indicam que a FESA beneficiou com a empreitada, graças ao desvio de dinheiros públicos.
De acordo com o diário espanhol El Mundo "acredita-se que esses 2% canalizados para a Fundação do ex-Presidente da República provêm de pagamentos do Estado angolano ao consórcio público-privado que tinha criado com a Mercasa para a construção do mercado".
A percentagem corresponde a um montante entre seis e 10 milhões de euros, tendo em conta que o valor do projecto foi estimado entre 300 e 533 milhões de euros.
São estas alegações que a FESA "desmente categoricamente", através de um comunicado, no qual reafirma que não tem e nunca teve qualquer relação com a Mercasa.
A Fundação acrescenta que essas informações pretendem "denegrir o bom nome e imagem da Fundação Eduardo dos Santos-Fesa e do seu Patrono", desafiando os autores das mesmas a apresentarem provas.