Apesar deste tipo de operações de segurança serem conduzidas em quase absoluto segredo, normalmente há, como notaram ao Novo Jornal fontes militares, elementos que passam para o público de forma a criar, também, um elemento de dissuasão.
E isso é visível quando alguns dos equipamentos no contexto da segurança do Presidente norte-americano chegam ao país em navios ou veículos aéreos que, se não ficam nos registos oficiais, ficam na retina dos nacionais que observam a sua chegada e partida.
Há, inclusive, quem relate mesmo terem sido vistos elementos dos serviços secretos norte-americanos a circularem em conjunto com as patrulhas da Unidade de Intervenção Rápida (PIR) e de outras forças de defesa e segurança, cujas viaturas atravessam agora com maior periodicidade diversas artérias de Luanda.
Por exemplo, na sua página oficial, os Serviços Secretos, que são a entidade de protecção oficial do Presidente e do vice-Presidente, é sublinhado que sempre que o Presidente se desloca, este é acompanhado de especialistas, que podem ser de outras forças, em áreas como, por exemplo, explosivos ou comunicações.
Além disso, com o Presidente deslocam-se, embora nem sempre todo o "pacote" vá junto, os veículos automóveis onde se desloca, os helicópteros nos quais se move dos aeroportos para os locais a visitar ou ainda toda a parafernália de tecnologia de apoio às suas comunicações ou de cisalhamento de eventuais ameaças com origem em tecnologia de comunicações, entre outros.
O Centro Integrado de Segurança Pública (CISP), soube ainda o Novo Jornal, tem trabalhado no afinamento dos seus sistemas electrónicos de vigilância em colaboração com elementos das secretas e de especialistas norte-americanos.
Por outro lado, além do embelezamento das artérias da cidade por onde se crê que vai passar a caravana do Presidente Biden, com a pintura de lancis, de paredes das casas ou da limpeza dos passeios e reforçada recolha de detritos e de lixos, também estão a ser cuidadosamente levados para centros de acolhimento alguns sem-abrigo ou pessoas com problemas mentais.
Alguns sem-abrigo estão a ser observados e muitos dos locais onde pernoitavam estão a ser esvaziados, como alguns descreveram ao Novo Jornal esta quarta-feira, 02, e confirmando igualmente a recolha de outros.
Por detrás do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, na zona do Cassequel, em alguns sítios como atestou o Novo Jornal, é notória a presença de efectivos da PIR e de tropas da Unidade de Defesa Presidencial (UDP).
Moradores afirmam que o bairro tem vivido momentos de paz, embora reconheçam ser por conta da vinda a Angola do Presidente norte-americano, havendo ainda relatos de pessoas que contaram ao Novo Jornal terem observado um número anormal de drones a sobrevoar várias zonas da cidade.
Populares contaram que na passada sexta-feira, dia 27, foram vistos diversos destes aparelhos não tripulados a sobrevoar a zona do mercado do São Paulo e dos Congoleses, assim como nos grandes edifícios da zona baixa da cidade.
Na bases Aérea militar e da Marinha de Guerra Angolana fontes asseguram ao Novo Jornal que há movimentações de tropas americanas e de meios.
Entretanto, fontes policiais junto do Aeroporto Internacional e do Porto de Luanda, confidenciaram que chegaram e têm chegado a Luanda vários equipamentos tecnológicos, como os que sempre acompanham o Presidente, de forma a proteger as telecomunicações e de protecção às suas comunicações, além de meios de transporte militares dos EUA, com realce para helicópteros da Força Aérea dos EUA.
Na embaixada americana houve reforço no asseguramento policial, e de outras forças, em função da movimentação de cidadãos, sobretudo de americanos, naquela representação.
Uma fonte das forças especiais das FAA, em Cabo Ledo, contou que tem havido naquela unidade especial movimentações de militares americanos e há indícios de que ao largo da costa angolana estão já estacionados navios da Marinha de Guerra dos EUA, de onde partem helicópteros em direcção ao continente para descarregar material necessário para a gigantesca operação de segurança no quadro da chegada de Joe Biden a Luanda.
Em alguns hotéis, no centro da cidade, o Novo Jornal apurou que quase não há reservas, segundo informações, não há espaço para mais reservas.
O Governo Provincial de Luanda (GPL) está a pintar alguns edifícios, na zona do aeroporto e em algumas artérias da cidade, e a reabilitar jardins, para a recepção do Presidente norte-americano e da sua delegação.
O Presidente da República João Lourenço, garantiu, em Nova Iorque, à margem de uma reunião com as autoridades norte-americanas, uma recepção condigna ao primeiro Presidente norte-americano a visitar Angola.
"Isso é muito bom para o nosso País e a partir de agora vamos começar a preparar convenientemente a recepção desta entidade", sublinhou João Lourenço.
A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, que confirmou a deslocação a Luanda do Presidente norte-americano, salientou que os dois Presidentes deverão abordar o reforço da democracia e do envolvimento cívico, a intensificação da acção em matéria de segurança climática e de transição para as energias limpas e, ainda, o reforço da paz e da segurança regionais e globais.
Esta será a primeira viagem de Joe Biden a África desde que chegou à Casa Branca, em Janeiro de 2021.