A razão alegada para a recusa de assistência médica é que, alegadamente, o Hospital Américo Boavida só está a receber pacientes transferidos de outras unidades sanitária. A direcção do hospital diz que não é bem assim e admite que houve falha na comunicação por parte dos seguranças e dos maqueiros, apurou o Novo Jornal.
Familiares do jovem clamam por justiça e exigem responsabilização do hospital por negligência.
Ao Novo Jornal os familiares contaram que o jovem de 25 anos passou mal por volta das 03:00, da manhã, facto que levou os amigos e parentes a levaram-no com urgência para o hospital.
Tão logo chegou ao hospital, contam os familiares, foram rejeitados pelos seguranças e maqueiros, logo à porta.
"Fomos impedidos de entrar no hospital às 04:00, e até as 05:00 ficamos a pedir favor para nos deixarem entrar, o que não veio a acontecer", explicou um dos familiares visivelmente consternado.
A mãe do jovem que morreu contou que o seu filho apenas começou a fazer febres e pediu por socorre aos vizinhos mas acabou por vê-lo a morrer por falta de assistência na porta do hospital que tem por missão e obrigação salvar vida prestando ajuda médica a quem dela necessita.
"Nos mandaram levar o nosso doente para o `Maria Pia`, apenas isso, mas não nos deram ambulância e mandaram-nos procurar carro", contou a mulher em lágrimas.
Após a morte do jovem, explicaram os familiares, médicos em serviço deslocaram a porta do hospital e ordenaram a sua remoção para à morgue, facto que os familiares recusaram visto que antes foram rejeitados e exigiram a presença da Imprensa.
O corpo do jovem, como presenciou o Novo Jornal, foi apenas removido do local por volta das 08:50, desta terça-feira, pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC-Rangel), sob fortes críticas populares, atendendo à causa da morte.
Sobre o assunto, o Novo Jornal procurou ouvir a versão do hospital. No entanto, um alto responsável da direcção, que solicitou anonimato, pelo facto do SIC estar agora a investigar o assunto, reconheceu que houve erros de comunicação da parte dos seguranças e dos maqueiros.
Este responsável assegurou que há uma limitação no atendimento dos pacientes no hospital, devido às obras de reabilitação e ampliação desta unidade sanitária, que atende agora apenas os pacientes com politraumatismo (pacientes com ferimentos graves de acidentes, por serem operados, e os queimados).
"Não devem ser os seguranças nem os maqueiros a rejeitar ou aceitar pacientes, ou enviá-los para outros hospitais, devem ser nós os médicos a fazer isso, mas só depois do paciente ser assistido antes. Infelizmente não foi o acaso, mas estamos seguros do que houve falha de comunicação", concluiu.
O Novo Jornal sabe que o SIC reuniu com a direcção do Hospital Américo Boavida, assim como com os familiares do jovem, estando agora a investigar o assunto.
O Novo Jornal está igualmente a tentar ouvir o Ministério da Saúda sobre esta situação de clara falha na obrigação de prestar cuidados de saúde a um cidadão obviamente deles necessitado.