Lá se foi o tempo em que as motas de três rodas, vulgo "kupapatas", só serviam para o transporte de cargas, com a circulação restringida à periferia de Luanda. Nos dias que correm, esses arrojados meios de transporte saíram dos subúrbios e "tomaram de assalto" os grandes asfaltos, disputando os passageiros com os candongueiros - que até então monopolizavam os serviços de táxi nas zonas urbanas.

Para além de cobrirem o défice de transportes públicos na capital do País, as moto-táxis tornaram-se num meio de rendimento para muitas famílias e alternativa de deslocação de pessoas a alguns pontos de Luanda, com destaque para os bairros periféricos, onde os candongueiros não chegam devido ao mau estado das vias.

Por exemplo, nos municípios do Kilamba Kiaxi, Viana, Cazenga e Cacuaco, o Novo Jornal constatou que a maioria dos condutores, de diversas faixas etárias, faz o serviço de moto-táxi sem o uso do capacete e sem a carta de condução que os habilite a essa actividade.

Na zona do Kimbango, município do Kilamba Kiaxi, a primeira paragem da nossa reportagem, o relógio marcava 7h00 e, a ritmo frenético, já se ouvia o "roncar" das kupapatas de diversas marcas e cores perfiladas. No local, observava-se um grande vaivém de passageiros que ansiavam por apanhar o transporte para chegar mais cedo aos seus destinos: escola, trabalho, mercados e outros.

Paulo Martins, "kupapateiro" de 59 anos, que, desde às primeiras horas de segunda-feira, 06, já "rasgava" com a sua kupapata a estrada que liga o Kalemba II ao Kimbango, diz que é daí que consegue o sustento do agregado composto por ele, a esposa e mais cinco filhos. Respeitado pelos colegas, kota Paulo, como é tratado pelos mais novos, é um dos mais antigos kupapateiros da Placa 1 do Kimbango, contando já com mais de 10 anos de intensa actividade.

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