O responsável pela empresa pública pedir a tomada de mediadas urgentes para resolução do problema do lixo e da vandalização da linha férrea, em declarações à imprensa, nesta quarta-feira, avisando que a paralisação dos comboios neste troço vai provocar o aumento do tráfego rodoviário (engarrafamento) na capital, bem como dificultar a circulação de pessoas e mercadorias, tendo em conta o número elevado de cidadãos que utilizam estes meios transportes públicos.
O troço que liga os bairros Boa Vista/Dimuca/Cipal, entre o distrito urbano do Sambizanga e Rangel, é o mais crítico do perímetro Bungo/Baia, num percurso de cerca de 40 quilómetros.
O atropelamento de quatro a seis pessoas por semana, por não usarem as pedonais construídas em alguns pontos do troço, também fazem parte dos constrangimentos do CFL.
Moradores desculpam-se com a falta de contentores
Os moradores que vivem junto à linha de comboio, na Boavista, Dimuca e Cipal, em Luanda, queixam-se da falta de contentores para depósito de lixo, situação que, dizem, os obriga a fazerem-no ao longo da linha férrea.
O NJOnline percorreu aquele troço esta manhã, confirmando a enorme quantidade de lixo depositada ao longo da via-férrea.
Vários residentes disseram que a falta de contentores e a deficiente recolha de lixo na zona faz com que as pessoas atirem com tudo aquilo que já não querem ou precisam para a linha férrea.
Plásticos, garrafas, caixotes, sacos, papéis e, até, móveis, tudo vai ter à linha do comboio.
Pedro Simão e Mauro Bento, moradores há 20 anos no bairro da lixeira, também conhecido como "Pisa caco", no Sambizaga, contaram que na zona existem apenas dois contendores, e que consideram insuficiente para a população que ali vive.
"Deitamos o lixo porque não há recolha. Temos dois contendores e ficam cheios rápido e passa-se muito sem que venham esvaziá-los. Às vezes ficam ali muito tempo, mesmo com muito lixo no chão, razão pela qual, nós acabamos por deitar o lixo aqui na linha férrea", contaram.
Isaías Tomás, também morador, afirma que a falta de recolha faz com que os habitantes ficam sem soluções a não ser na linha dos comboios.
Entretanto, os moradores são unânimes em reconhecer os perigos que correm diariamente ao deitarem ali o lixo, mas enquanto não houver mais contentores e maior frequência na recolha do lixo, o panorama, dizem, vai ser este.
"Podem andar o caminho-de-ferro inteiro, o cenário é mesmo este, de sujeira", disseram vários funcionários que o NJOnline encontrou a trabalhar na colocação da segunda linha do comboio.