Em tribunal, os cinco efectivos negam a acusação e dizem que o magistrado se aproveitou da sua condição para os punir e que o mesmo deu a um terceiro uma pistola cujo número de registo estava apagado.
A acusação diz que os agentes não respeitaram a figura do magistrado e "proferiram palavras ofensivas, mesmo depois de o homem se ter identificado como sendo procurador da PJM.
Ao tribunal, os efectivos da DIIP disseram que estavam em serviço quando ouviram vários disparos na região da Samba, junto à residência da mãe do antigo Presidente da República, José Eduardo do Santos e despoletam uma operação policial onde foi abordado um cidadão que estava armado e que terá fugido para a residência do procurador da PJM.
Os polícias contaram que o cidadão era civil e que tinha na sua posse uma arma cujo número de registo estava apagado, o que levantou suspeitas e foi a razão para o tentar deter.
No entanto, o mesmo colocou-se em fuga, facto que levou a persegui-lo até à residência onde terá entrado a pedir por socorro.
Postos na residência, detiveram o cidadão, mas era a casa de um procurador, por sinal o alegado dono da arma de fogo.
A acusação refere que os efectivos se deslocaram à residência sem qualquer mandado de busca e apreensão mesmo depois de o procurador os ter avisado que praticavam uma busca ilegal e de forma abusiva.
Os agentes da DIIP, ainda segundo a acusação, não respeitaram o aviso e "proferiram palavras ofensivas" mesmo após o homem se ter identificado como sendo procurador da PJM.
O procurador ainda se dirigiu à esquadra da polícia do município de Luanda para reportar o sucedido, mas mesmo assim terá sido desrespeitado por um oficial superior deste departamento de investigação da DIIP.
Segundo a acusação, o oficial superior da DIIP nem sequer quis atender o procurador na esquadra.
Porém, este magistrado da Polícia Judiciária Militar apresentou queixa ao seu órgão e foi aberto um processo contra os efectivos da polícia, que no mês de Agosto acabaram por receber ordem de prisão da PGR/Militar.
Em tribunal, os efectivos negam as acusações e dizem que o magistrado se aproveitou da sua condição para os punir, visto que o cidadão que detiveram era funcionário da sua residência e contou à polícia que o procurador lhe costumava entregar a arma.
O Novo Jornal soube que este cidadão continua detido e vai responder num tribunal civil.