No Twitter, a empresária e filha do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, em português e em inglês, diz: "Os factos e imagens falam por si . A verdade hoje chega ao de cima sobre o fraudulento processo de arresto, baseado em provas forjadas e falsificações. Contra factos não há argumentos. Um "Passaporte Falso" foi dado pelo Tribunal como sendo meu".
E coloca uma fotografia do passaporte que diz ser falso, sem clarificar como o obteve, visto que tem acusado a justiça de não permitir o acesso ao processo, sublinhando a "assinatura do Bruce Lee retirada da internet", notando que o apelido e o sobrenome "estão incorrectos".
Ao mesmo tempo, num comunicado enviado ao Novo Jornal, a empresária diz que se tratam de elementos que levam à constatação de que em Portugal e em Angola foram "falsificadas provas" para "apreender os seus bens".
"Angola e Portugal confiaram numa falsificação do passaporte da Eng.ª Isabel dos Santos como prova na apreensão dos bens da empresária", diz o comunicado enviado pela sua assessoria de imprensa.
"É pouco credível que o Estado Angolano não pudesse distinguir um passaporte falso de um documento verdadeiro por si emitido. Muitos, e óbvios, são os sinais da falsificação do passaporte", enfatiza esta nota.
Onde é apontado como evidente que se trata de um documento de identificação criado a partir de "uma fotografia tirada da internet", que tem "a data de nascimento incorrecta", contém "o uso de várias palavras em inglês como "Businesswoman" e "Married" num passaporte angolano, sendo que o inglês não é uma língua oficial em Angola" ou ainda, no que é o mais caricato, a confirmar-se esta acusação de Isabel dos Santos, que apelida de "maior aberração" que é "o passaporte ter a assinatura do falecido mestre de Kung-Fu e actor de cinema Bruce Lee".
Isto leva a filha do ex-PR angolano a afirmar também que "a Justiça portuguesa decidiu cooperar com Angola, com base no princípio da confiança e boa-fé entre os Estados e ao abrigo de uma Convenção de Cooperação Judiciária dos países da CPLP e assim tem executado vários arrestos em Portugal, com base em pedidos judiciais tomados e assentes em documentos forjados e falsos, pelo que deve agora, à luz desta denúncia e de outras que se seguirão, reavaliar estas execuções às "cegas", e prosseguir no sentido da justiça, no respeito da legalidade e dos valores da verdade e do Estado de Direito".
E acrescenta: "Agora é também a oportunidade para a Justiça Angolana demonstrar que não teme pela solidez e fiabilidade do seu trabalho. A partir deste momento, tem de agir na legalidade e dar provas da sua actuação e da sua total independência do poder político e do Estado Angolano".
O Tribunal Provincial de Luanda ordenou o arresto preventivo dos bens de Isabel dos Santos em Dezembro do ano passado no valor de cerca de 1,1 mil milhões de dólares.
Neste comunicado, a assessoria de imprensa da empresária diz também que "o Estado Angolano, através do sua Procuradoria Geral, usou um passaporte grosseiramente falsificado como supostamente pertencente à Sra. Eng.ª Isabel dos Santos, para fazer decretar o arresto preventivo de bens e empresas, de que ela é legitimamente proprietária".
A empresária informa também neste extenso comunicado enviado pelos seus assessores que em questão está ainda uma alegada acusação de que estaria a tentar transferir bens para o Japão, o que justificaria a presença do passaporte "falso" no processo.