Angola faz parte da lista de países onde a fome está a aumentar, de acordo com o World Poverty Clock (WPC), ferramenta de monitoramento cujo nome, em português, quer dizer Relógio Mundial da Pobreza. De acordo com o WPC, no País, mais de 18 milhões de pessoas, ou seja, 54,3% da população, vivem em pobreza extrema, numa população estimada em 33 milhões de habitantes.
A população em pobreza extrema no País passou de 13,9 milhões (46,8%), em 2017, para mais de 18 milhões de habitantes (54,3%), em 2021, um crescimento de 7,5% em quatro anos. A pesquisa indica ainda que, do número da população em pobreza extrema em Angola, 14,1 milhões (94%) está na área rural.
A análise da WPC inclui estimativas até 2030, ano que a Organização das Nações Unidas (ONU) colocou como meta para se erradicar a pobreza extrema do mundo. Angola, ao contrário das metas da ONU, não só não tem conseguido travar a pobreza como assiste ao seu crescimento. A WPC estima que, em 2030, o País atinja a cifra de mais de 20 milhões de habitantes em pobreza extrema.
A nível mundial, o relógio aponta que mais de 700 milhões de pessoas vivem em extrema pobreza. Deste número, perto de 475 milhões vivem em África. Os dados da WPC referem que 2,5% da população em extrema pobreza a nível mundial está em Angola.
O Banco Mundial define como atingidas pela pobreza extrema pessoas que vivem com 1,90 dólares por dia ou menos.
O WPC é uma ferramenta online que permite visualizar em tempo real quantas pessoas saem ou entram na pobreza no mundo, medição que cobre 99,7% da população mundial. Lançada em 2017 pela organização não-governamental World Data Lab, a ferramenta reúne dados públicos e projecções da Organização das Nações Unidas (ONU), do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI).