Em muitas regiões do mundo, a água das torneiras não tem a segurança mínima para ser consumida pelas populações sem tratamento, e o recurso a água engarrafa é comum, como, por exemplo, sucede no continente africano.
Só que, também a água engarrafada, vista geralmente como mais segura, pode não ser, porque, através de um estudo feito na Universidade de Colúmbia, Nova Iorque, segundo um dos seu co-autores, Beizhan Yan, contém um número de partículas de nanoplásticos muito superior ao até aqui estimado, 240.000 micropartículas em apenas uma garrafa de 1 litro, cem vez mais que os anteriores números conhecidos.
Esta descoberta foi possível porque foi usado novo equipamento que permite contar as nano-partículas, o que até agora era impossível, ou, pelo menos, muito difícil, sendo o resultado um claro aviso a quem consome água engarrafada em grandes quantidades, ao invés da água da torneira.
Os microplásticos, que são tão pequeno que circulam no sistema sanguíneo, entram no organismo humano e instalam-se em áreas como o fígado ou o cérebro, de múltiplas formas, sendo a mais conhecida via consumo de peixe e marisco.
Isto, porque as milhares de milhões de toneladas de plástico que anualmente chegam aos mares através do lixo urbano, onde os vulgares sacos de uso doméstico são dos mais graves problemas neste âmbito, se deterioram e, com o tempo, dividem-se em micropartículas que acabam armazenadas nos organismos dos animais marinhos, acabando depois no organismo humano através do consumo desses animais, especialmente os pelágicos, como o atum.
O co-autor deste estudo da Universidade de Colúmbia, Beizhan Yan, no momento do anúncio público desta descoberta, deixou como conselho às pessoas a redução do consumo de água de garrafas de plástico, optando, preferencialmente pela água da torneira.
Nalguns países existe como alternativa as garrafas de vidro, o que, pode ser igualmente uma alternativa se não existir confiança na água da torneira, embora este cientista tenha sublinhado que de modo algum se deve deixar de beber água das garrafas de plástico quando existe um risco, por mais mínimo que seja, de desidratação.
O problema da poluição através dos plásticos assume em Angola uma gravidade visível, como é perceptível nas praias de Luanda e nas suas ribeiras que desaguam no mar, estando bastante atrasado o processo de criação de legislação governamental para combater este problema de saúde pública, embora o Governo Provincial de Luanda já esteja a dar alguns passos nesse sentido, como pode ver nos links em baixo nesta página.