Em declarações à imprensa, no final de encontros de cortesia com o presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade dia dos Santos, secretário-geral do MPLA, Julião Mateus Paulo e com uma delegação da OMA, a Chefe de Estado centro-africana caracterizou a situação actual do seu país como "difícil".

Segundo disse, ao nível da segurança ainda não foram atingidos os objectivos preconizados e a nível político o país atravessa um momento sensível, na medida que foi demitido um governo.

"No plano económico devo dizer que está a ser difícil para as empresas voltarem a implantar-se no país, atendendo a situação actual. Estamos agora num processo de consultas políticas para a criação de um novo governo e para que todos os filhos da República Centro Africana sejam representados neste governo", sublinhou Catherine Samba-Panza.

Relativamente à sua visita que de 24 horas que efectuou a Angola, referiu que a mesma serviu para finalizar acções previstas durante a primeira visita, relativamente ao reforço das relações de cooperação entre os dois estados.

Durante o encontro realizado a meio da tarde de quarta-feira com o presidente José Eduardo dos Santos, que decorreu no Palácio Presidencial, na Cidade Alta, o estadista angolano, que é também o Presidente em exercício da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), e Catherine Samba-Panza, examinaram o processo de paz, estabilidade e reconciliação nacional entre os centro-africanos.

Um relatório apresentado em Junho último pelo Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, ao Conselho de Segurança, indica que a situação geral na RCA permanece frágil nos domínios político, segurança e económico, e caracteriza-se pela pobreza generalizada.

"A insegurança é um ciclo perturbador de violações dos direitos humanos e a impunidade, permitem que os responsáveis, pertencentes às forças de defesa e segurança, movimentos rebeldes e bandidos que actuam nas estradas estejam em liberdade para cometer ainda mais crimes", realça o documento.

Questionada sobre a nomeação do novo ministro, Catherine Samba-Panza afirmou que não houve nenhuma oposição por parte da população, mas sim reacções de alguns políticos.

Esta é a segunda visita oficial da Presidente de Transição da RCA, que em Março último esteve em Luanda para relançar as relações de cooperação entre os dois países e informar ao Chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, a situação político-militar do seu país.

Na ocasião, três instrumentos jurídicos foram rubricados no quadro da cooperação bilateral, designadamente Memorando de Entendimento, Acordo de Cooperação Indicativo e um de Cooperação Financeira.

A República Centro-Africana é um país localizado no centro da África, na Região dos Grandes Lagos, limitado a norte pelo Chade, a nordeste pelo Sudão, a leste pelo Sudão do Sul, a sul pela República Democrática do Congo e pela República do Congo, e a oeste pelos Camarões. A capital do país é Bangui.

Angola assume desde Janeiro de 2014 a presidência da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos.

Angop/NJ