A indicação de Samy Badibanga (na foto) para primeiro-ministro pode ser um desafio feito pelo Chefe de Estado ou uma tentativa de aproximação à oposição desavinda com o acordo de transição porque se trata de um antigo, e muito chegado, conselheiro de Etienne Tshisekedi, um dos mais importantes políticos congoleses que se mantiveram à margem do acordo.

O acordo assinado entre a Maioria Presidencial de Kabila e alguns partidos da oposição foi a saída encontrada para o impasse e a crise gerada no país depois de se saber que o Presidente Kabila, cujo mandato termina agora em Dezembro, se manterá no poder por mais dois anos por atrasos no processo de registo eleitoral.

No entanto, segundo analistas ouvidos pelos media em Kinshasa, só com o decorrer do tempo, no caso de não ter havido um acordo secreto com Tshisekedi antes, se poderá saber se este antigo "compagnon de route" do líder da oposição, que se fez desavindo no Parlamento ao aceitar integrar o acordo de Outubro, se afirmará como uma solução ou como um problema.

Badibanga tem agora nas mãos a chefia do executivo de união nacional e de transição até que, segundo previsto no acordo, em Abril de 2018, contra a vontade dos mais importantes partidos da oposição, se realizem as eleições presidenciais e legislativas nas quais se conhecerão o novo Governo e o novo Presidente da República.