"A sua fecunda e coerente trajectória de criação estética e, em especial, o seu resgate de dignidade da Poesia", ditaram a escolha do júri do Camões, composto pelos académicos Ana Mafalda Leite, da Universidade de Lisboa, e José Carlos Seabra Pereira, da Universidade de Coimbra, que representaram Portugal, pelos dois membros brasileiros, os académicos Maria Lucia Santaella Braga e Arno Wehling, e pelos dos membros de países africanos de língua portuguesa, o académico moçambicano Francisco Noa, da Universidade Eduardo Mondlane, e o poeta, escritor e crítico literário angolano Lopito Feijó.

"O júri sublinhou que, com a dicção do seu lirismo sem concessões evasivas e com os livres compromissos da produção em crónica e em ficção narrativa, a obra de Ana Paula Tavares ganha também relevante dimensão antropológica em perspectiva histórica", lê-se no comunicado.

Ana Paula Tavares é doutorada em Antropologia da História pela Universidade Nova de Lisboa (2010) e mestre em Literatura Brasileira e Literaturas Africanas de Língua Portuguesa pela Universidade de Lisboa (1996), onde é docente na Faculdade de Letras.

"Ritos de Passagem", "O Sangue da Buganvília" , " O Lago da Lua", ou "Diz-me Coisas Amargas como os Frutos", "Manual para Amantes Desesperados" e "Como Veias Finas na Terra" são alguns dos seus livros dedicados à poesia.

Em prosa, a autora tem publicados "A Cabeça de Salomé" e o romance "Os Olhos do Homem que Chorava no Rio", em co-autoria com Manuel Jorge Marmelo.