Os dados compilados pela agência Lusa a partir dos relatórios mensais do banco central apontam ainda para um ligeiro crescimento nas divisas (dólares) que os bancos comerciais conseguiram comprar aos clientes, sobretudo às petrolíferas.

Esse aumento fixou-se nos 2% no espaço de um mês, para os 148,1 milhões de dólares, em Fevereiro.

Devido à baixa do preço do barril de petróleo, o país viu reduzida a receita fiscal para menos de metade em 2015, assim como a entrada de divisas, agravando-se o custo das importações e o acesso a produtos, inclusive alimentares, cujos preços dispararam.

Estas divisas são igualmente necessárias para garantir as transferências de salários de trabalhadores expatriados.

Em Fevereiro, o banco central vendou directamente aos bancos comerciais, em leilões, divisas no valor equivalente a 741,9 milhões de dólares, um aumento superior a 50% face a Janeiro. Em Dezembro de 2015, esse montante foi superior a 1.100 milhões de dólares.

Ainda assim, persiste a forte redução da disponibilidade de moeda estrangeira no país, sendo o montante vendido aos bancos limitado às necessidades mais urgentes do sistema bancário e que obrigam a uma autorização do banco central.

A falta de divisas, em função da procura, continua a dificultar, por exemplo, as necessidades dos cidadãos que precisam de fazer transferências para o pagamento de serviços médicos ou de educação no exterior do país ou que viajam para o estrangeiro.

A taxa de câmbio média de referência de venda do mercado cambial primário, apurada ao final da última semana, ficou-se nos 160,697 kwanzas por cada dólar e de 179,547 kwanzas por cada euro.

Paralelamente, devido à escassez de divisas e limitações aos levantamentos de dólares impostos nos bancos, o mercado informal, de rua, transacciona a nota de um dólar norte-americano a mais de 350 kz.

Antes do início da crise da cotação do petróleo, no Verão de 2014, um dólar valia sensivelmente 100 kz.

A moeda nacional já perdeu, desde então, cerca de metade do valor, com o acentuar das dificuldades financeiras, económicas e cambiais decorrentes da quebra na entrada de divisas via exportação de petróleo.