Segundo o comunicado final da reunião, o relatório apresentou dados positivos sobre a economia angolana no último ano, e entre os indicadores mais relevantes destacam-se a arrecadação de 25 biliões de kwanzas.
O Governo destaca que "em relação ao sector empresarial público, em 2024, a carteira de empresas e participações do Estado no país abrangeu um total de 87 empresas (57 empresas públicas, 24 empresas de domínio público e seis participações minoritárias), sendo que para efeitos do património agregado foram consideradas apenas as empresas públicas e empresas com domínio público activas e com atividade plena, do universo de 779 empresas sujeitas a prestação de contas".
Em comunicado de imprensa divulgado no final do encontro, o Governo refere que os dados indicam um fortalecimento do crescimento real da economia nacional em 2024, "após um desempenho mais modesto em 2023, pois a economia nacional registou uma taxa de crescimento de 4,4%, impulsionado por uma combinação entre o crescimento do sector não petrolífero de 5,07%, e do sector petrolífero, que apresentou uma recuperação de 2,84%".
A taxa de inflação, em finais de 2024, situou-se nos 27,05%, enquanto a taxa de câmbio registou um comportamento estável, mantendo-se em torno de 800 kwanzas/dólar ao longo de vários meses, refere o comunicado.
Segundo o documento, que segue agora para a Assembleia Nacional, o ano de 2024 fechou com indicadores positivos, tal como avançava o último comunicado divulgado no início deste mês na página oficial do Fundo Monetário Internacional (FMI), onde a instituição de Bretton Woods publica as conclusões do conselho de administração sobre a avaliação pós-financiamento de 2025.
O desempenho económico de Angola "foi forte" em 2024, "com um crescimento real do PIB a atingir os 4,4%, o que superou as expectativas. O crescimento foi impulsionado tanto pela robusta produção de petróleo como pela revitalização das actividades do sector não petrolífero. O excedente da balança corrente subiu para 5,4% do PIB, e as reservas internacionais brutas aumentaram para 15,8 mil milhões de dólares (equivalente a 7,7 meses de cobertura das importações), em grande parte devido à recuperação das exportações de petróleo e à redução das importações.
A inflação, embora ainda elevada, em 19,5% em Julho de 2025, diminuiu face ao pico de 31,1% em julho de 2024 e projecta-se que continue a diminuir gradualmente a médio prazo. O rácio dívida pública/PIB desceu para 60% em 2024, sustentado por um maior crescimento nominal do PIB e por excedentes fiscais primários sustentados.
Mas o FMI também deixou vários alertas: "Angola enfrentou um declínio nas receitas petrolíferas e um aperto nas condições financeiras externas no primeiro semestre de 2025. A posição orçamental deteriorou-se, reflectindo a queda dos preços do petróleo e os desafios da produção petrolífera, com o défice orçamental global a aumentar para 2,8% do PIB em 2025, face a 1,0% em 2024. As pressões financeiras a curto prazo continuam elevadas devido à dívida externa com maturidade considerável."
O Fundo avisa que "as vulnerabilidades se intensificaram recentemente, impulsionadas pela queda dos preços do petróleo e pelos desafios na produção nacional de petróleo".
Devido à quebra das receitas petrolíferas, o FMI realça a necessidade de racionalizar as despesas para preservar o espaço fiscal e conter o endividamento. Assinalando o atraso até 2028, destacou a importância de avançar com a reforma dos subsídios aos combustíveis, acompanhada de medidas para proteger os mais vulneráveis e de uma forte estratégia de comunicação. O FMI reforça a necessidade de acelerar as reformas da gestão das finanças públicas para aumentar a transparência fiscal, prevenir a acumulação de dívidas em atraso e melhorar a eficiência da despesa.