As tréguas foram anunciadas esta segunda-feira, 12, por China e Estados Unidos e vão ter 90 dias, obtendo dos mercados petrolíferos uma reacção tão fulgurante quanto a declaração de guerra das tarifas declarada com estrondo pelo Presidente norte-americano há semanas.

Há pouco mais de um mês, a 02 de Abril, com o anúncio bombástico do "dia da libertação" dos EUA por Donald Trump com a guerra das tarifas para todo o mundo, quase sem excepção, mas reduzindo depois o "inimigo" a praticamente a China, o petróleo escorregou a ponto de fazer lembrar o caos da pandemia de Covid 19 em 2020.

Mas agora, embora menos efusivamente, o mundo assiste ao fenómeno inverso depois da declaração conjunta de China e EUA na Suíça, hoje, anunciado uma pausa nas hostilidades de três meses, dando um impulso vertiginoso aos mercados petrolíferos.

O barril de Brent, que serve de referência maior às exportações angolana, estava esta manhã, perto das 11:00, hora de Luanda, a ganhar quase 3%, para os 65,80 USD, um ganho muito relevante especialmente para os países exportadores com economias mais débeis e dependentes do sector petrolífero, como é o caso de Angola.

O acordo entre chineses e norte-americanos foi conseguido ao fim de um fim-de-semana de longas e duras negociações, como referem os media especializados, em Genebra, o que foi recebido em festa pelos mercados, não apenas os da energia, ou não fossem estas as duas maiores potências económicas do Planeta.

Recorde-se que, numa escalada vertiginosa, em apenas duas semanas, os EUA subiam até 145% as tarifas sobre os produtos Made in China, com Pequim a chegar aos 135%, tendo o Governo de Xi Jinping anunciado que não mexeria mais nestes valores por se estar já num nível de absurdo em que quaisquer mudanças não fariam diferença.

O acordo, segundo as agências de notícias, estipula uma descida de 115% de ambos os lados, embora os EUA mantenham 20% de tarifas ligadas ao que dizem ser a ajuda de Pequim ao tráfico de Fentanil, uma poderosa droga analgésica que está por detrás de centenas de milhares de mortes nos EUA todos os anos.

Esta medida mutuamente elogiada vai entrar em vigo já na quarta-feira, 14, significando isso que desde esse dia, as tarifas dos EUA sobre os bens importados da China passam de 145% para 30% enquanto os bens Made in USA pagarão 10% na China.